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O avanço dos meios de pagamento, com transações ocorrendo praticamente em tempo real, trouxe uma responsabilidade ainda maior para as políticas antifraudes de bancos e fintechs. “As pessoas exigem aprovação rápida e temos que ser ágeis na avaliação de risco e checagem de autenticidade das informações” lembra Bruno Trigo, country risk manager da 99Pay, carteira digital do grupo que possui mais de 15 milhões de usuários. “Hoje em dia, não há como pedir ao cliente esperar dois dias úteis para abrir uma conta, ele vai para outro lugar.”
Trigo, que acumula passagem por outras empresas de ecossistema de pagamentos, como Visa, Adyen e PagBank, explica que, no caso da 99Pay, o desafio não é nada trivial. As principais bandeiras de cartão exigem que, no máximo, 1% das transações sejam alvo de alguma fraude. No caso da 99Pay, o indicador está bem abaixo da média nacional, de 0,7%. De todo modo, qualquer erro de gestão poderia inviabilizar o modelo de negócios de toda a 99 no país.
O Brasil, um dos líderes globais em fraudes envolvendo cartões de crédito clonados e contas de laranja, precisa ser ainda mais rigoroso. “Se eu perder esse credenciamento, todos os nossos produtos são afetados”, diz o executivo. O principal desafio, portanto, é ficar antenado em relação a quais são as novas tendências de fraude e agir para evitá-las.
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Para isso, a 99 monitora redes sociais e deep web investigando possíveis brechas em seu sistema e no mercado em geral. No passado, roubo de contas de celular (o chamado “SIM swap”), fotos realísticas coladas em manequins até a nova “moda”: a criação de contas de laranjas. Esse monitoramento permite à companhia aumentar suas camadas de segurança para responder a esses golpes. Uso de biometria como prova de vida, monitoramento do dispositivo usado para abertura de contas e utilização do produto são algumas das iniciativas tocadas por mais de 60 profissionais dedicados ao tema na 99.
Criada em julho de 2020, a 99Pay já atraiu 15 milhões de clientes, sendo uma boa parte da base de 40 milhões de usuários da 99 no país. Entre julho de 2022 e julho deste ano, houve um crescimento de 40% na base de pessoas que utilizam a carteira digital. Uma das vantagens é o cashback em corridas, que somou R$ 18 milhões no primeiro semestre deste ano. Outro ponto que a empresa destaca é a remuneração de 220% do CDI para aplicações até R$ 500.
Além da carteira de pagamentos, a 99, empresa controlada pela chinesa DiDi, oferece empréstimos a uma taxa média de 6% ao mês, tendo financiado cerca de R$ 130 milhões em menos de um ano de operação.
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