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FieldPro fecha acordo com SpaceX e prepara Série A de R$ 30 milhões

Startup de monitoramento climático vai passar a medir risco para crédito e seguro rural

Alexandre Inacio

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Enquanto a conectividade no campo ainda amadurece no país com a chegada do 5G, a FieldPRO está pisando no acelerador. A startup brasileira de monitoramento climático fechou um acordo com a fabricante de sistemas aeroespaciais e de comunicação de Elon Musk, a SpaceX.

A empresa está conectando seus dispositivos de monitoramento climático diretamente aos satélites de Musk. Pelo menos 150 unidades estarão instaladas em pontos estratégicos de produção agrícola do Brasil até o fim de 2023, transmitindo dados de clima e solo a cada uma hora.

Os novos instrumentos serão somados aos 650 já existentes – que ainda utilizam wi-fi – e atualmente estão distribuídos pelos Estados de Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. As unidades conectadas à SpaceX garantirão uma ampliação de 23% na infraestrutura de captação de dados climáticos da empresa.

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“Com essa parceria as limitações de conectividade no campo deixam de existir. Conseguiremos garantir muito mais segurança na coleta e transmissão das informações climáticas do que os sistemas que tradicionalmente ficam conectados entre si”, afirma Ricardo Sodré, fundador da FieldPRO.

Ricardo Sodré, fundador da FieldPRO (Divulgação)

A obsessão de Sodré por dados precisos e transmitidos com rapidez tem uma explicação. Uma das avenidas de crescimento da startup passa pelo mercado de crédito e seguro rural, com o desenvolvimento de um algoritmo capaz de analisar o risco climático e de operação de propriedades rurais.

Para alavancar a iniciativa, a FieldPRO está dando andamento na captação de R$ 30 milhões em uma rodada Série A. A startup já tem conversas avançadas com pelo menos quatro fundos e espera concluir o processo até janeiro de 2024.

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“Até agora havíamos tido um investidor anjo e ainda não tínhamos buscado novos aportes. Queríamos validar a tese antes de dar esse passo”, diz Sodré. Além do desenvolvimento, os recursos vão financiar a fabricação de um novo lote de equipamentos, que será fabricado na China.

A FieldPRO nasceu em 2018 e passou três anos desenvolvendo um equipamento de monitoramento próprio e que funcionasse de forma autônoma. A primeira versão foi colocada no mercado em setembro de 2021.

Desde o início da empresa, a prioridade foi atender a necessidade do agronegócio em monitorar o clima. Atualmente, 1,3 milhão de hectares de soja, milho, algodão, cana e outras culturas são acompanhados em tempo real. O segmento representa 80% da receita da empresa, que não é divulgada.

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Segundo Sodré, uma consequência das mudanças climáticas é a ocorrência de fenômenos extremos e de forma pontual, o que tem alterado a forma de analisar os dados climáticos. Ele lembra que, no passado, os agricultores sabiam quando as chuvas começariam, onde aconteceriam e tinham um boa ideia do volume que cairia, dado o histórico e sua experiência.

“Hoje, no clima, performance passada já não é garantia de resultado futuro. Os dados precisam ser coletados no microclima das regiões para serem analisados”, afirma o executivo.