Getty avança na inteligência artificial e terá seu próprio gerador de imagens

A gigante da fotografia Getty Images está lançando uma ferramenta de inteligência artificial que irá gerar imagens para a vasta biblioteca de conteúdo da empresa – uma tentativa de criar conteúdo de IA livre dos direitos autorais e preocupações de propriedade que têm atormentado a tecnologia até agora.

A Getty, que detém os direitos de milhões de fotografias, processou anteriormente a Stability AI, empresa que popularizou o gerador de imagens Stable Diffusion, por usar imagens sem permissão. O novo produto da Getty, desenvolvido com a fabricante de chips Nvidia, será treinado com os próprios dados da Getty e se esforçará para evitar questões jurídicas espinhosas, em parte, limitando quais imagens alimentarão o gerador.

A nova ferramenta explorará o banco de imagens criativas do Getty, mas não sua coleção de fotos de notícias, como parte de um esforço para impedir a criação de deepfakes, disse o CEO Craig Peters. O novo gerador de imagens não permitirá que os usuários incorporem materiais de marca registrada ou ativos que não sejam de sua propriedade – portanto, não há como criar algo como a imagem viral do Papa Francisco usando uma imagem de casaco inflável Balenciaga, disse Peters.

Para atender às empresas que desejam criar anúncios e outros conteúdos, a Getty permitirá que os clientes adicionem seus próprios dados ou marcas proprietárias. O conteúdo gerado por meio do produto, que criará imagens com base em prompts de texto, não será adicionado novamente às próprias bibliotecas do Getty.

As imagens geradas por IA receberão a licença habitual do Getty para uso do conteúdo, bem como indenização contra ações judiciais. A empresa também disse que planeja compensar artistas e colaboradores cujo trabalho foi usado para treinar o modelo de IA.

A crescente popularidade da IA ​​de texto para imagem – como o Dall-E da OpenAI, o Stable Diffusion e o serviço Midjourney – levantou questões sobre se essas ferramentas beneficiam do trabalho de artistas, fotógrafos e designers sem obter a sua permissão ou compensação. Além do processo de Getty contra Stability AI, vários artistas também processaram serviços, incluindo Stable Diffusion e Midjourney.

A Getty continuará investindo em suas ações legais contra a Stability AI nos EUA e no Reino Unido, disse Peters.

A incerteza em torno da tecnologia significa que as empresas que desejam usar software de IA para criar novas imagens para usos como campanhas publicitárias ou postagens em mídias sociais temem que possam se expor a riscos legais e multas, disse Peters, que observou que os clientes da Getty levantaram repetidamente esta questão. preocupação.
“Existem riscos reais aqui”, disse ele. “Os clientes querem usar IA generativa, mas não querem entrar nesse tipo de campo minado de: ‘Nem sabemos se somos os donos dessa coisa’”.

No início deste mês, a Microsoft disse que defenderá os compradores de seus produtos de inteligência artificial de ações judiciais por violação de direitos autorais e pagará multas ou acordos relacionados.

O novo serviço Getty mostra que as empresas de IA que dizem que não podem desenvolver a tecnologia respeitando os direitos de propriedade intelectual não estão a ser verdadeiras, disse Peters. “Isso enfraquece fundamentalmente um dos argumentos daqueles que divulgam esses modelos generativos sem compensação”, disse ele.

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