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Maior exportadora de carne bovina da América do Sul, a Minerva Foods, com sede em São Paulo e operações em Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai, já encontra um melhor ambiente para os negócios na China, principal destino de seus embarques, e tem boas perspectivas para as vendas ao país neste segundo semestre.
Segundo Fernando Galletti de Queiroz, presidente da companhia, a recuperação da economia da China ganhou força nos últimos meses e os preços dos cortes enviados para aquele país, maior mercado para a carne bovina brasileira em geral no exterior, já pararam de cair.
Ele lembrou que, com a suspensão temporária das exportações brasileiras de carne bovina ao mercado chinês, em março, por causa da confirmação de um caso atípico da doença da “vaca louca” no Pará, muitas cargas ficaram represadas nos portos e o excesso de oferta ajudou a desequilibrar o mercado. Depois da liberação dos contêineres, o fluxo de escoamento começou a se normalizar.
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O executivo observou, também, que a carne bovina se tornou um objeto de desejo da classe média chinesa, sobretudo entre a população mais jovem, o colabora para o quadro positivo traçado. No segundo trimestre deste ano, as vendas à China responderam por 35% da receita da Minerva com exportações, que totalizou R$ 5,108 bilhões, 19,8% menos que no mesmo período de 2022. No período de 12 meses encerrado em junho, a participação foi de 37%.
Conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), que representa empresas como JBS, Marfrig e a própria Minerva, os embarques de carne bovina (in natura e processada) do país somaram, no total, 1,02 milhão de toneladas no primeiro semestre, 3,8% menos que em igual intervalo de 2022. A receita das vendas caiu 21,4%, para US$ 4,8 bilhões. Para a China, os embarques alcançaram 512,3 mil toneladas, ou US$ 2,6 bilhões.
No caso da carne in natura, que responde por mais de 80% dos embarques totais da proteína, a tonelada exportada saiu, em média (todos os mercados), por US$ 5.054,1 em junho, com quedas de 0,88% em relação a maio e de 26% ante junho do ano passado.
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Segundo resultados divulgados ontem, a companhia encerrou o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 120,7 milhões, queda de 71,6% em relação ao mesmo período de 2022. Na mesma comparação, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), recuou 8,6%, para R$ 711,2 milhões, a margem Ebitda subiu de 9,2% para 9,8% e a receita líquida diminuiu 14,1%, para R$ 7,277 bilhões. A relação entre dívida líquida e Ebitda nos últimos 12 meses permaneceu estável em 2,7 vezes, mesmo após a aquisição da empresa australiana de ovinos ALC, no fim de 2022.
Edison Ticle, CFO da Minerva, afirmou que a queda da receita decorreu, em boa medida, da redução de custos e dos preços da carne bovina no período. Já a retração do lucro líquido foi creditada à elevada base de comparação, uma vez que no segundo trimestre de 2022 o resultado contou com efeitos não recorrentes relacionados à variação cambial.
De abril a junho, o fluxo de caixa livre da companhia, após despesas financeiras, Capex e capital de giro, atingiu R$ 323,3 milhões – R$ 191,3 milhões após o efeito caixa de derivativos relacionados a operações de hedge. A Minerva divulgou, ainda, que seu conselho de administração aprovou a distribuição de R$ 114 milhões na forma de dividendos intercalares (R$ 0,19 por ação).
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