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A multinacional de tecnologia brasileira Stefanini amplia seu leque de soluções envolvendo inteligência artificial e inclui a esfera pública na lista de clientes. Em parceria com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, a empresa implementou um sistema de acessibilidade digital para atendimento que já está na mira de outros estados.
O sistema funciona com base em chatbots — chats de resposta automática com motor de inteligência artificial — por onde o cidadão pode marcar atendimentos, subir documentos e até contratar defensores via WhatsApp. Do outro lado, o aplicativo lembra sobre os agendamentos dos cidadãos com antecedência, status do processo ou necessidade de documentação adicional.
Desde a implementação do sistema, em 27 de julho, até o dia 15 de agosto, o absenteísmo na defensoria caiu 8% e evoluiu para 15% hoje — a expectativa é chegar em 30% até o fim do ano. Os resultados devem permitir à Stefanini levar a solução para outros órgãos em novos estados do Brasil.
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Corrobora a estratégia da empresa a recente declaração do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, sobre a utilização de inteligência artificial no Judiciário. Em sua primeira sessão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro diz ter se reunido com as big techs Amazon, Microsoft e Google para encomendar soluções de inteligência artificial capazes de ajudar o Judiciário.
A companhia possui uma solução que mistura inteligência artificial generativa, visão computacional e busca semântica para extrair dados de documentos em PDF e imagem, como inquéritos judiciais, para resumir, encontrar pontos específicos e identificar trechos no texto. A ideia é apresentar uma solução ao judiciário já nesta semana.
“Quando o ministro Barroso disse que conversou com as big techs que ele queria ver algumas coisas específicas, nós seremos a primeira empresa que vai mostrar”, diz Alex Winetzki, CEO da Woopi, empresa de IA do Grupo Stefanini. “Mostraremos na semana que vem, mas estamos trabalhando nisso desde março”, disse o executivo em jantar com jornalistas na última sexta-feira (20).
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Em parceria com a Microsoft, a empresa espera levar a solução para o setor público e diz ser líder nesse movimento na indústria jurídica. “Sabemos que vamos também revolucionar a indústria de backoffice. Porque praticamente todos bancos e seguradoras do Brasil ainda têm uma necessidade grande de processamento de documentos”, diz Winetzki.
Foco em inteligência artificial
Há 12 anos, a Stefanini já mira esforços em produtos relacionados a inteligência artificial e, com a explosão da IA generativa, em especial devido aos chatbots como o ChatGPT, “pela primeira vez teve uma vantagem” com o investimento, brinca o CEO da companhia, Marco Stefanini. “Diferentemente das outras empresas que vão ter que aprender a usar, nós já usamos há muitos anos. E a gente já arrancou”, diz Stefanini.
Até 2026, a empresa tem R$ 1 bilhão projetado em investimentos em M&As e inteligência artificial. Muitas das soluções oferecidas pela companhia, hoje, já utilizam inteligência artificial — como os casos no setor público. No entanto, a aposta está no amadurecimento de setores e exploração de novas oportunidades.
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A grande aposta, no momento, está na automação de processos industriais. “O setor industrial é muito atrasado em relação à transformação digital como um todo, não só no Brasil. E a gente hoje tem soluções muito avançadas, incluindo o mercado norte-americano e europeu”, diz Stefanini.
A empresa já trabalha com uma companhia do setor industrial — ainda não divulgada — em uma solução capaz de reduzir a contaminação na produção de aço e os efeitos decorrentes disso, como paralisação de máquinas, acidentes e perdas financeiras. A solução antecipa problemas como esse e alerta sobre possíveis bloqueios no maquinário.