Vibra sobe o tom contra relação de troca proposta pela Eneva, mas sinaliza interesse na fusão

Distribuidora classificou de "injustificável" os termos de troca propostos

Felipe Moreira Rikardy Tooge

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O Conselho de Administração da Vibra (VBBR3) rejeitou a proposta para combinação de negócios apresentada pela Eneva (ENEV3) à companhia no último domingo (26).  A relação de troca indicada na proposta é “injustificável” e não é atrativa para os acionistas, de acordo com fato relevante divulgado pela Vibra no fim da tarde desta terça-feira (28).

A proposta recusada pela Vibra contemplava a incorporação de ações da Eneva pela distribuidora (ou outra estrutura estabelecida em comum acordo). Ao término do processo, os acionistas de cada companhia passariam a deter 50% do total das ações da companhia combinada. Na data da oferta, a Vibra apresentava um valor de mercado 25% superior ao da Eneva.

Embora o conselho de administração da Vibra tenha negado a primeira proposta, o comunicado sinalizou de que as negociações deverão seguir. Na reportagem que abriu a newsletter diária do IM Business desta terça, uma fonte graduada havia cravado: “Começaram as discussões de preço, o que é comum para fusões dessa monta”.

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Pessoas a par da oferta já sinalizavam que as conversas iriam mais para as condições do negócio do que para o mérito da fusão em si – visão que foi partilhada pelo mercado. Há meses os conselheiros das duas empresas estão considerando o assunto até a apresentação da proposta oficial na noite do último domingo.

A relação de troca, em que a Vibra, com valor de mercado 25% maior, teria a mesma participação da Eneva na empresa combinada não agradou e foi o trecho em que a antiga BR Distribuidora subiu o tom. Se a Vibra adotou postura mais firme na relação de troca, por outro lado demonstrou interesse em receber maiores explicações sobre o modelo de governança.

“Não entramos no mérito estratégico de uma possível fusão neste momento […]. Entendemos ser essencial maior esclarecimento sobre o modelo de governança pretendido, caso a combinação de negócios venha eventualmente a ser consumada. Acreditamos muito na relevância de uma sólida estrutura de governança, porque aí reside boa parte do valor a ser criado”, conclui a Vibra.

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Em seu comunicado, a Vibra deixou uma “porta aberta” para a Eneva melhorar a proposta e que seu conselho  “estará atento a uma eventual nova manifestação da Eneva, caso seja de seu interesse melhorar significativamente os termos apresentados (…)”.