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A maior distribuidora de combustíveis do Brasil quer levar o etanol de milho a lugares onde a gasolina ainda é rainha. A Vibra Energia espera se beneficiar do boom da produção de etanol de milho na maior economia da América Latina para expandir as vendas do biocombustível nos Estados do Norte, que ainda são fortemente dependentes de combustíveis fósseis, lembra o CEO Ernesto Pousada Jr.
O etanol brasileiro é produzido principalmente a partir da cana-de-açúcar há décadas e é usado principalmente perto de áreas de produção na densamente povoada região Sudeste do Brasil. Mas a produção de milho – commodity que os Estados Unidos utilizam para produzir etanol – expandiu-se rapidamente para o Norte e Nordeste brasileiro, desencadeando uma onda de investimentos em novas instalações de produção de biocombustíveis que utilizam fornecimentos abundantes do grão como matéria-prima.
“O etanol, na nossa opinião, crescerá em direção ao Norte e Nordeste”, disse Pousada na semana passada numa entrevista em Nova York, acrescentando que a utilização do milho como matéria-prima tornará o biocombustível competitivo em áreas onde o etanol de cana é demasiado caro para competir com a gasolina. “A Vibra permitirá que isso aconteça por meio de sua infraestrutura logística.”
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A Vibra, que opera mais de 8.400 postos de gasolina, optou pelas energias renováveis como parte dos esforços para capitalizar a transição energética. O etanol, comumente usado para alimentar carros na maior economia da América Latina, desempenha um papel central na estratégia da empresa, que também inclui um impulso ao biogás, à energia solar e ao carregamento de veículos elétricos.
A Vibra, uma antiga unidade da gigante petrolífera estatal Petrobras, formou uma joint venture com o gigante produtor brasileiro Copersucar no ano passado. Tornou-se um dos maiores comerciantes de etanol do país. “O etanol será um combustível de transição de longo prazo e continuará a crescer” no Brasil, disse Pousada.
A Vibra, que abastece seis em cada 10 voos comerciais no Brasil, também está disposta a investir em combustível de aviação verde, disse o CEO. A empresa assinou no ano passado um acordo com a Brasil Biofuels para vender o chamado combustível de aviação sustentável — ou SAF — que a produtora de óleo de palma pretende fornecer a partir de 2025. Pousada disse ver espaço para novas parcerias ou mesmo investimentos na produção, embora a empresa não esteja procurando oportunidades ativamente.
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Além de substituir o uso de combustíveis fósseis, o SAF também poderá se tornar uma commodity de exportação no Brasil, disse ele. “Não é apenas uma proteção para o nosso negócio, mas uma oportunidade de crescimento”, acrescentou Pousada.
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