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SÃO PAULO – O pesquisador e diretor-executivo do INSADI (Instituto Avançado de Desenvolvimento Intelectual) e da Business Process School, Dieter Kelber, propõe uma análise prática com relação ao tema liderança: por que não nos espelharmos nos técnicos de futebol?
Para tanto, ele selecionou três profissionais do ramo que estão entre os mais bem-sucedidos: Carlos Alberto Parreira, Luiz Felipe Scolari e Vanderlei Luxemburgo. “As similaridades entre o futebol e a vida corporativa são evidentes, sobretudo quanto às necessidades de motivação constantes dos colaboradores, a preconização do trabalho em equipe para o alcance das metas e a preocupação com os resultados obtidos”.
O melhor técnico
Por conta das necessidades das corporações, Kelber fica com o Felipão. O motivo é simples: é o único dos três que equilibra razão e emoção. Parreira tem carisma, é querido entre os jogadores e sabe se comunicar com maestria. Luxemburgo é centrado na produção e na obtenção imediata de resultados. Felipão, por sua vez, trabalha com a “cabeça e o coração”.
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“O treinador sabe trabalhar com a “cabeça e o coração” – o racional e o emocional – conforme os cenários exijam ciência ou arte (ou os dois ao mesmo tempo). Desta forma, ele pode ser caracterizado como um genuíno Lidestor. Um líder com uma imensa capacidade de gerenciamento”, explica o pesquisador.
O diretor-executivo do INSADI questiona os resultados obtidos por Parreira. “Ele tem paciência, sabe ouvir o que seus subordinados têm a dizer e, com paciência e compreensão, absorver críticas e sugestões e aplicá-las. Mas seus macroresultados seriam tão bons assim?”, diz. Já Luxemburgo, em sua opinião, é um gestor à moda antiga, do tipo “Eu penso, você executa”.
“Mas Felipão é intuitivo, inovador, tem capacidade de gerir todos os processos e é extremamente dedicado ao grupo. Sabe ouvir, controlar, orientar, planejar, dar feedback, delegar, corrigir, tomar decisões, motivar, trabalhar em e com equipes”.
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Técnicos na empresa
No ambiente de trabalho, encontramos “Parreiras” e “Luxemburgos”. Segundo Kelber, há profissionais que são, claramente, líderes. Incentivam, cativam, reconhecem, orientam e organizam a equipe, mas são péssimos em administrar prazos, verbas e resultados.
Por outro lado, há os “tocadores de projetos”, que comandam centenas de pessoas com a mesma precisão de um relógio, mas sem a mínima sensibilidade com relação aos seus subordinados. No fim, os resultados alcançados são ofuscados pelos “mortos e feridos deixados no meio do caminho”.
Com a temática sustentabilidade ganhando terreno a cada dia, e pressionando as empresas a tratarem bem seus profissionais, caso queiram se manter no competitivo mercado no qual estamos inseridos, os “Felipões” se tornaram essenciais. São pessoas que aliam criatividade e eficiência, que têm uma visão do todo e usam a intuição.
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“Vale ressaltar a afirmação a eficácia organizacional não está no conceito obtuso denominado racionalidade; ela reside na mistura da lógica com uma intuição poderosa, do professor Henry Mintzberg, Ph.D. em administração empresarial pela MIT Sloan School of Management e considerado um dos mais importantes gurus mundiais da estratégia empresarial”, finaliza o diretor-executivo do INSADI.
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