Suicídio de médico cubano gera protestos contra condições de trabalho

Embora o nome não tenha sido divulgado pelo ministério e nem outros detalhes tenham sido dados sobre a morte, há uma série de especulações sobre o que lhe fez tirar a própria vida

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – O suicídio de um médico cubano em Brasília chamou a atenção sobre as condições de trabalho que esses profissionais estão passando no Brasil. Na última segunda-feira, um homem de 52 anos de idade foi encontrado morto em um hotel em Brasília – e o governo disse que se tratava do suicídio de um médico cubano que trabalhava no Mais Médicos. 

Embora o nome não tenha sido divulgado pelo ministério e nem outros detalhes tenham sido dados sobre a morte, há uma série de especulações sobre o que lhe fez tirar a própria vida – e todos os segredos que estão envoltos no caso, como o nome do cubano. “O governo não libera o nome, muito menos informa aquilo que acharam no local do suicídio. Mistérios, é um segredo total”, disse o deputado Ronaldo Caiado, do Democratas.

Embora se trate de uma terceirização, as condições de trabalho dos médicos cubanos está de desarranjo com as leis trabalhistas brasileiras – o que já fez com que algumas pessoas pedissem a anulação dos contratos. “É inaceitável que no ano de 2014 os brasileiros sejam coniventes e avalizemos a vinda de pessoas como mercadorias”, falou. 

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Cada médico cubano recebe uma fração minoritária do valor de R$ 10 mil previsto pelo programa do governo federal, cuja maior parte é repassada para o governo da ilha castrista. Embora setores de oposição bradem que isso é “trabalho escravo”, os médicos são voluntários que fazem parte do programa. 

Na média, a situação dos cubanos no Brasil não é ruim – muitos de seus gastos são subsidiados e o salário que recebem é um grande valor para Cuba -, mas eles são impedidos de trazer suas famílias e tem algumas liberdades restritas. O acordo é intermediado pela OPS (Organização Panamericana de Saúde), que será responsável pelo traslado do corpo até Cuba, quando as investigações sobre o suicídio cessem. 

A médica Ramona Rodríguez, que deserdou o programa anteriormente e pediu asilo no Brasil antes de partir para os Estados Unidos, havia dito que os cubanos haviam sido “enganados” pelas autoridades brasileiras. Não é a primeira vez que o governo brasileiro traz médicos cubanos para tratar da situação do Brasil – há um forte déficit de médicos no interior do Brasil -, tendo feito algo similar durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

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