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SÃO PAULO – Sem fazer muito barulho – e até agora sem data de estreia no Brasil -, Mr. Robot terminou sua primeira temporada nos EUA com elogios de sobra, e com méritos. A série do canal americano USA Network, além de ser extremamente bem produzida e com uma direção de arte que não vemos normalmente na televisão, tem uma ótima trama focada na forma como usamos a tecnologia e na crítica ao capitalismo. Não a toa a produção já garantiu sua segunda temporada e segue ganhando fãs após o término da primeira parte.
É possível que ao ver o primeiro episódio você ainda não seja totalmente fisgado pela série, mas uma coisa já fica muito clara: isto é algo bem diferente do que estamos acostumados a assistir. A história gira em torno de Elliot Alderson (ótima atuação de Rami Malek), um jovem com grande conhecimento sobre sistemas e tecnologia e que quer ajudar o mundo ao hackear e expor pessoas que causam algum mal.
Mas logo no primeiro momento vemos que Elliot tem sérios problemas: usa morfina como estimulante e mostra problemas psicológicos, já que o espectador é como um “amigo imaginário” dele. Diante disso tudo surge a oportunidade para que este jovem amplie seu objetivo de vida, tentando fazer uma ataque cibernético a uma das maiores empresas do mundo (uma espécia de Google ou Apple no mundo real), a E Corp, ou como é chamada durante toda a série, Evil Corp.
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A direção de arte é primorosa, com ângulos de câmera diferentes e uma fotografia que lembra muito a obra de David Fincher – o diretor de Clube da Luta se mostra ser uma grande referência na série em praticamente todos os episódios. Mas o que tem chamado atenção é a crítica social feita pela série, que ao explorar o mundo tecnológico que vivemos hoje também escancara a paranoia e a dependência do ser humano deste mundo digital.
Desde o objetivo de Elliot em destruir as grandes corporações até as tramas secundárias sobre hacker, invasão de privacidade e o poder que a tecnologia tem sobre as pessoas hoje, Mr. Robot não só é uma ótima série (com uma virada sensacional na trama no 8º episódio), como nos faz refletir muito na forma como vivemos nos dias atuais. Neste sentido, a série deixa a Evil Corp em segundo plano para atacar seu verdadeiro inimigo: o capitalismo exacerbado.