Filhos: estes nossos pequenos grandes vendedores

Saber esperar para receber algo que as crianças consideram muito especial para elas agrega um valor sentimental muito maior do que o valor financeiro daquilo que elas querem ter.

Silvia Alambert Hala

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Young woman giving stack of gifts to girl (8-10), side view
Young woman giving stack of gifts to girl (8-10), side view

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Que os nossos filhos são os nossos melhores vendedores, isso não há a menor dúvida. Eles nos vendem de tudo.

Em recente pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito e o portal Meu Bolso Feliz, foi detectado que 52% dos pais entrevistados cedem à pressão dos filhos quando vai às compras, mesmo sabendo que o atendimento do pedido pode afetar o orçamento.

Cheios de técnicas e artimanhas, filhos são capazes de convencer os pais a comprarem desde  inocentes combos em redes fast food até eletrônicos “irados”. Ao final das contas, as crianças não só conseguem fazer com que os pais embarquem nos desejos desenfreados de consumo delas, como também fazem com que os pais sobreponham esses desejos como sendo uma prioridade e esteja um nível acima de qualquer necessidade, sem se importarem se com essa atitude elas estarão afetando o orçamento e mesmo o futuro financeiro da família.

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Olhando assim, pode parecer um exagero, mas a ausência de limites faz com que as crianças cresçam desconhecendo a noção de planejamento para a realização de sonhos de vida.

Os pais precisam se lembrar de que quem é dotado de “poderes mágicos” para fazer com que os filhos entendam sobre as relações de consumo são eles mesmos.

Acontece, porém, que o ritmo frenético do dia a dia somado ao sentimento de culpa pela ausência, em virtude das longas jornadas de trabalho e elevado à potência da supervalorização do TER, faz com que os pais – que também buscam a realização de sonhos a qualquer preço – abram mão de pensarem sobre o futuro financeiro da família, sobre a educação financeira de seus filhos e passem apenas a consumir de maneira imediata e desorganizada, sem nem se darem conta do que estão fazendo.

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Assim, os filhos vão criando uma imagem distorcida com relação à linguagem das relações entre trabalho, dinheiro, consumo e plano de vida.

Quando a família trabalha essas relações junto aos filhos, todo mundo ganha e a criança passa a ser mais determinada com as coisas que realmente tem importância e que farão a diferença na vida dela.

Quem ama também educa financeiramente.

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Silvia Alambert Hala

Sócia, co-fundadora da Creative Wealth™ Intl (USA), empresa americana fundada em 2002 e proprietária dos programas de educação financeira para crianças e jovens The Money Camp™, Camp Millionaire™, Moving Out! ™ e The Money Game™ que se dedica à formação de educadores financeiros escolares e mentores e tutores de crianças e jovens ao redor do mundo. Silvia atua há 15 anos como educadora financeira de crianças e jovens em escolas e nas famílias, coach especializada em finanças comportamentais, palestrante, formadora de educadores financeiros escolares no Brasil, co-autora do livro “Pai, ensinas-me a poupar!” (Ed. Rei dos Livros) publicado em Portugal, representante da APOEF™ (Associação de Profissionais Orientadores e Educadores em Finanças) nos Estados Unidos da América e coordenadora do projeto de educação financeira para jovens atletas de alto desempenho da empresa Sports To Go™. Instagram: @silviaalambert_edufin www.silviaalambert.com www.creativewealthintl.com