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Até que nossos filhos cresçam e possamos observar como eles administram a própria vida, nunca sabemos se estamos educando da forma certa: o mais provável é que estejamos errando quando achamos que estamos acertando e que estejamos acertando quando achamos que estamos errando.
Em conversa com a minha amiga, Carol Stange, também educadora financeira e mãe, falávamos sobre como é complicado para nós, pais, nos dividirmos entre a responsabilidade do trabalho e a responsabilidade e educação dos filhos.
De um lado, temos uma mudança cultural que impacta no dia a dia da família: a mulher no mercado de trabalho full time. Do outro, a adolescência, período naturalmente delicado da vida de todos.
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Até bem pouco tempo, todo o poder de decisão sobre o dinheiro da família era do homem, pai de família. Hoje, a mulher divide espaço com os homens e participa ativamente no orçamento familiar e, como consequência, também fica fora de casa a maior parte do dia.
E o filho adolescente? Nessa fase, os pais não participam da rotina do filho da mesma forma de quando ele era uma criança. O adolescente passa agora a exibir comportamentos específicos e adota códigos não verbais para ser aceito e se destacar no seu grupo (como vestuário, maquiagem, cabelo).
O que vemos hoje é que ambos os pais perderam o controle sobre os hábitos de consumo desse filho adolescente. Com o dia-a-dia agitado, o filho demanda algumas aquisições que, segundo ele, são necessárias para fazer parte do grupo de amigos, processo de aceitação tão importante para um adolescente.
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E os pais, genuinamente interessados no seu bem-estar e sem tempo ou energia disponíveis para uma conversa franca a fim de saber a real necessidade da compra, lhe dão o que pede. A situação se repete algumas vezes e quando os pais se dão conta são reféns das solicitações e exigências do filho que, caso não obtenha o que deseja, sofrerá “consequências terríveis” no seu círculo de convivência.
Os pais, perdidos, se sentem frustrados por pagar por consumos tão fugazes, onde não percebem a valorização nos olhos do filho do esforço e investimento monetário da parte deles.
Outros pais se percebem raivosos de si mesmos, não somente pela culpa por trabalhar tanto e estar ausente, mas por não ter compreendido que ter ofertado ao filho, ainda tão criança, muito mais do que o próprio filho pedia ou nem pedia e lhe era dado, poderia leva-lo a um nível de ingerência financeira.
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O fato é que acobertar hábitos de consumo impulsivos, satisfazendo-lhe todas as vontades, traz como consequência a perda da influência dos pais sobre os filhos. Quando esse filho ouvir “não”, os pais encontrarão um adolescente infantilizado que fica enfurecido por não ser prontamente atendido.
Limites são preciosos.
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