1º Mandamento do Planejamento Financeiro

Para planejar o futuro financeiro com sucesso não basta uma planilha. É preciso auto-conhecimento e capacidade de lidar com o presente e o futuro de forma tranquila.

Wilson Marchionatti

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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O líder espiritual Dalai Lama disse certa vez: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer… e morrem como se nunca tivessem vivido.”

Um grande dilema quando pensamos na questão do bolso é o tempo. Temos que lidar com o tempo presente e com o tempo futuro. Se nos concentramos demais no presente e usamos todos os recursos que temos, deixamos de construir um futuro próspero. Se pensamos demais no futuro, deixamos de aproveitar a vida.

Dalai Lama parece querer nos dizer que preocupar-se com o futuro é tolice. Mas não se engane, não é essa a mensagem. Como mestre espiritual do budismo tibetano, Dalai Lama reconhece como virtude o caminho do meio. Seu relato é na verdade uma observação da sociedade moderna: há uma ganância por dinheiro com puros objetivos materiais e de acumulação, sem o objetivo de uma vida tranquila.

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Esse dilema entre presente e futuro não precisa existir. É possível haver equilíbrio entre o que vivemos hoje e o que pretendemos viver no futuro. Mas para isso é necessário fazer com que o planejamento financeiro não seja um sacrifício, algo doloroso. Uma pessoa não deve passar fome, frio e penúria para maximizar seu patrimônio no futuro. Mas como?

O grande segredo é fazer do Planejamento Financeiro um ato presente. Ao deixar de comprar uma roupa de marca para economizar, por exemplo, é possível ver esse mesmo ato de duas maneiras:

1) Estou diminuindo minha satisfação hoje para ter mais no futuro.

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2) Estou tomando uma decisão responsável, que reforça minha autoestima, minha confiança no futuro e mostra que sou uma pessoa capaz de gerar benefícios a mim e a minha família.  Nem por isso reduzirei meu prazer hoje, pois posso encontrar outras formas de satisfação que não dependam de comprar essa roupa de marca.

Cada ato de Planejamento Financeiro pode ser visto como algo prazeroso: separar um percentual da renda para um investimento, acompanhar a valorização de uma aplicação, envolver a família e partilhar conhecimento, substituir coisas boas e caras por coisas também boas, mas menos caras.

Como nos diz Eckart Tolle, mestre espiritual autor do livro “O poder do agora”: “A maioria das pessoas trata o momento presente como um obstáculo que precisam superar. Mas já que o presente momento é a própria vida, isso acaba sendo um jeito louco de viver.”

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Não faça do planejamento financeiro algo ruim. Curta no momento presente cada ação que você toma, e lembre-se que essa decisão é fruto de um senso de responsabilidade e respeito à vida. Assim o planejamento torna-se um prazer, e não um sacrifício.

Esse deve ser um dos princípios do Planejamento Financeiro, que aqui demarcamos como primeiro mandamento: “Fazer do planejamento um ato presente, percebendo que cada decisão financeira gera satisfação, reforça a autoestima e demonstra responsabilidade com o futuro.”