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A prova do Enem realizada neste domingo (05.11.2017) só reforça a contaminação ideológica das escolas brasileiras. Como se não bastasse a lavagem cerebral marxista presente no ensino escolar, o estudante brasileiro se depara com uma prova carregada de propaganda ideológica esquerdista.
É evidente que ninguém esperava cair no ENEM um artigo de Bruno Garschagen ou Flávio Morgenstern – é mais fácil nevar em Salvador -; mas pelo menos poderiam colocar um texto de Sérgio Buarque de Holanda, em vez de Gregório Duvivier, para elevar o nível da esquerda na prova.
Além do viés ideológico marxista, o exame trazia um problema bem grave antes de sua realização: a censura à liberdade de expressão na redação. O mecanismo de censura foi sutil, ardiloso, sorrateiro: quem escrevesse algo contra os “direitos humanos” perderia 200 pontos na redação. Mas não está certo? Afinal, quem seria contra essa palavra tão bonita e de forte impacto como “direitos humanos”? Mas é exatamente aí que está o problema. O que é ferir os direitos humanos? Qual é o limite de uma expressão tão vaga?
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No mundo de hoje, no qual a UNESCO – braço educacional e cultural da ONU – tem uma agenda escandalosamente progressista (de esquerda), ser contra alguns temas (aborto, ideologia de gênero) ou a favor de outros (redução de maioridade penal, defesa da família tradicional) pode ser entendido por esquerdistas de plantão como desrespeito aos direitos humanos (ver The Silencing: How the Left is Killing Free Speech). Por exemplo, para grupos organizados de esquerda, se uma pessoa é a favor da família tradicional, ela automaticamente é contra gays, ferindo assim os direitos humanos. Quando, na verdade, essa questão não tem nada a ver com direitos humanos, pois é perfeitamente possível ser a favor da família tradicional e tratar os gays com respeito e dignidade.
O ponto central é que ao colocar um termo vago e amplo – “direitos humanos”, dá margem para uma mera discordância de ideias ser entendida como desrespeito ao ser humano, de acordo com a orientação ideológica do avaliador. É evidente que, mesmo sem existir essa prerrogativa, o avaliador poderia descontar pontos do aluno por subjetivismo e divergência de opinião. Mas ao institucionalizar a censura numa redação, o avaliador se sente menos constrangido em colocar seu viés ideológico acima da honestidade intelectual.
Para reforçar como essa censura é problemática, a famosa passagem de Machado de Assis “Por que bela se coxa? Por que coxa se bela?” no antológico “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, poderia ser considerada um “desrespeito” aos direitos humanos por suspostamente ofender os deficientes físicos, de acordo com os critérios ideológicos do ENEM. Diante da ditadura politicamente correta e do cerceamento de opiniões de hoje, a aparição de um Machado de Assis no mundo atual é impensável e impossível, infelizmente.
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Curiosamente, não se viu celebridades globais protestando contra a censura na redação do ENEM. Ironias à parte, o ENEM é a prova literal de uma revolução pedagógica em curso no Brasil. De acordo com o livro Maquiavel Pedagogo (Pascal Bernardin), o papel da escola foi redefinido. O objetivo não é mais dar uma formação intelectual sólida capaz de gerar autonomia de pensamento nos alunos; mas promover, por meio de sofisticadas técnicas de manipulação, uma revolução ética e cultural na educação, carregada de valores da utopia comunista (marxismo cultural). Ao incluir na prova temas como “desarmamento” e “direitos humanos”, o Enem se alinha fielmente com a UNESCO, a qual apresente estes temas em sua cartilha fortemente progressista e globalista (ver S. Rassekh, G. Vaideanu, Les contenus de l’ éducation, Op. Cit., Unesco.)
E por falar em globalismo, para quem já leu i) Por que George Soros financia movimentos de esquerda? Entenda ou ii) Não é você que pensa o que pensa – George Soros pensa por você ou iii) George Soros, o financiador da esquerda brasileira não vai se surpreender que, indiretamente, George Soros pauta até o ENEM.