Inadimplência: ter o nome sujo pode ser a solução

 

Reinaldo Domingos

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Estar com o nome sujo pode ser a solução para o inadimplente: assim não busca novos créditos e compromete ainda mais sua situação. Atualmente, 59,4 milhões de brasileiros estão inadimplentes, segundo SPC Brasil e CNDL.

A negativação em órgãos proteção ao crédito, como SPC e Serasa, pode assustar. Mas a preocupação excessiva pode piorar a situação, levando até mesmo a problemas de saúde. Por mais que possa parecer assustador, não se desespere.

Este é o momento de traçar uma estratégia: começar a conhecer e reestruturar sua situação para tomar as providências necessárias para a mudança definitiva. Veja este vídeo com mais orientações.

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Restrição ao crédito

Nem todas as pessoas inadimplentes estão com o nome sujo. Às vezes, as oriento: “peça para seu credor te negativar!” Parece estranho? Mas não é! Assim é possível abandonar o hábito de buscar cada vez mais crédito, seja com bancos ou financeiras.

Com o crédito cortado, aprende-se a controlar todo o dinheiro que entra e sai, fazendo compras à vista. De forma planejada e consciente, acaba-se assumindo as rédeas da vida financeira. Mudar hábitos e comportamentos é o primeiro passo para o recomeço.

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Como lidar com o credor

O melhor a dizer para credores que estão cobrando e negativando o nome é: “devo, não nego. Pago quando e como puder”. Não se trata de dar calote, e sim de não se expor a uma negociação e, especialmente, a um acordo que não pode honrar.

De pouco adianta ir aos feirões limpa-nome, conseguir 50% de desconto na dívida e parcelar em 10 vezes, se não tem condições de pagar a parcela. O acordo tem que caber no bolso, no orçamento mensal.

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Cuidado com os bens

Atenção: casa própria, terreno ou veículos quitados atrelados a dívidas não pagas podem ser arrolados, penhorados e irem a leilão. Portanto, priorize sempre o pagamento dessas dívidas, evitando a perda dos bens.

 

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Como resolver o problema?

1. Faça um diagnóstico financeiro

Conheça a quantia que entra e sai mensalmente. Anote todos os seus gastos por 30 dias e veja quais irá reduzir ou eliminar para quitar as dívidas.

2. Priorize as dívidas de valor 

Levante todas as dívidas que têm. As com bens atrelados e com juros mais altos devem ser priorizadas no orçamento para pagamento.

3. Tenha um orçamento que priorize as dívidas

O pagamento das dívidas é prioridade frente as despesas cotidianas. Assim que receber o salário, separe a quantia mensal a ser poupada ou usada para pagar o credor, após a negociação.

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4. Considere o crédito consignado

Por ter juros baixos, o consignado pode ser alternativa para quitar as dívidas. Mas é preciso ter consciência de que o padrão de vida será drasticamente reduzido, já que a cobrança é feita diretamente na folha de pagamento.

5. Confira se o credor limpou seu nome

Após o acordo, peça que o credor limpe seu nome. Legalmente, ele tem 5 dias para fazer isso, mas é importante acompanhar.

6. Tenha outros sonhos

Limpar o nome deve ser um de seus sonhos, não o único. Tenha outros, de curto, médio e longo prazo e poupe para eles.

7. Guarde dinheiro com alguém de confiança

Se guardar dinheiro em seu nome, será considerada uma penhora, ou seja, você perderá. Portanto guarde suas economias com alguém de extrema confiança.

 

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Reinaldo Domingos

Reinaldo Domingos é presidente da Abefin (Associação Brasileira de Educadores Financeiros), autor de vários livros e criador da Metodologia DSOP de Educação Financeira.