A small cap que tem tudo para se beneficiar de uma retomada mais rápida da indústria automobilística

Empresa extremamente resiliente que está passando por uma turbulência no seu setor de atuação, mas vem melhorando margens e reduzindo endividamento.

João Paulo Reis

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Seguindo a sequência da nossa busca por empresas de valor fora do radar, neste post comentaremos sobre a Mahle Metal Leve, companhia notável pela sua presença mundial, e pela sua capacidade gerencial e tecnológica.

Uma demonstração da capacidade gerencial da empresa, e do cuidado com os pequenos detalhes, pode ser percebida numa visita que fizemos ao Centro Tecnológico (Tech Center em Jundiaí-SP) em novembro 2013.

Alugamos um carro no Aeroporto de Viracopos em Campinas, e logo fomos surpreendidos ao chegar à portaria do prédio do Centro Tecnológico. 

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O responsável pela entrada do estacionamento nos anunciou e pediu que seguíssemos pela linha azul marcada no asfalto. Reparei que tinham várias, e seguimos pela linha determinada.

A curiosidade é que no final dessa linha havia uma vaga reservada para nós com uma placa com seguintes dizeres: “Bem vindo Venture Investimentos”.

O ponto alto da visita poderia ter sido esse fato que mostra atenção da empresa aos detalhes, mas o centro tecnológico é a real atração.

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Ele é um dos mais modernos e sustentáveis do mundo projetado para atingir os melhores níveis de eficiência e redução de custos, coerente com o core business da Metal Leve.

O grande objetivo do Centro de Tecnologia é trazer as maiores montadoras para em conjunto desenvolver motores mais leves e eficientes atendendo aos mais altos níveis de exigência de redução de consumo e emissão de poluentes.

Aí está o diferencial da Metal Leve: a TECNOLOGIA aplicada em seus produtos e sua alta capacidade gerencial.

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O desenvolvimento de soluções e tecnologias dentro de um centro de estudos com as principais montadoras estabelece uma relação de fidelidade duradoura criando uma barreira natural contra a concorrência interna e externa.

Um questionamento que poderia ser feito é: Seria o momento ideal de investir na empresa diante da crise vivida pela indústria automobilística?

A Metal leve, uma empresa da alemã Mahle, tem uma rápida capacidade de realocar seus produtos de acordo com as condições do mercado.

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Historicamente, na média, a empresa vende 1/3 para as montadoras (margens mais baixas), 1/3 para o mercado de reposição (aftermarket) e 1/3 para o mercado externo (exportação).

Demonstrando a capacidade e rapidez de realocação, as receitas de exportação e aftermarket corresponderam a 76,5% do total das vendas no 1S16 contra 68,7% no 1S15.

Portanto, dependendo das condições do mercado ela realoca sua produção mantendo suas margens e, portanto sua resiliência.

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Para confirmar isso, no 1S16, semestre dificílimo para a indústria, a empresa conseguiu aumentar a margem bruta de 26,4% para 28,7%.

Além disso, conseguiu reduzir seu endividamento, já muito baixo, de uma relação Dívida Líquida/Ebitda, ao final do 1S16, de 0,69 vezes contra 0,78 vezes ao final do 1S15. Notável!!!

Não podemos nos esquecer do programa Inovar Auto do Governo Federal, em que as montadoras precisam aumentar em 30% suas compras de componentes produzidos nacionalmente, tendo como contrapartida a redução no IPI do produto final, situação que pode aumentar a procura pelo desenvolvimento de novos produtos.

Por fim, podemos dizer que a Mahle Metal Leve, apesar das dificuldades do seu mercado, é uma empresa de extremo valor, pronta para aproveitar qualquer condição econômica, e quem sabe se beneficiar da retomada mais rápida da indústria automobilística.

 

Até a próxima.

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João Paulo Reis

É gestor do Venture Value FIA, sócio da Biguá Capital desde o seu surgimento em 2006, acumulando experiência na seleção e análise das empresas listadas na Bolsa