Como seria bom se achássemos um investimento em um setor promissor, cuja demanda pelo produto supere a oferta e essa curva continue se acentuando ao ponto do déficit ser de 52% em apenas 4 anos.
Some-se a isso uma positiva intervenção americana (positiva para o setor, porque intervenções nunca são boas para o mercado) e discussões ríspidas e punitivas com produtores responsáveis por 60% da produção mundial.
Sim, tal investimento seria mesmo excelente… e ele existe. Estou falando do investimento em urânio que, como o nome desse blog já entrega, só está disponível para investidores com contas fora do país – o que não é tão difícil quanto parece.
Mas em que investir, quando o universo é o urânio? Existem várias alternativas e é necessário entender quais são as vantagens e desvantagens de cada uma, antes de aprofundarmos no assunto.
A primeira e mais óbvia é investir em um ETF (Exchange-traded fund) que acompanhe a valorização do metal. Assim, se o urânio subir 10%, é esperada uma valorização bem próxima disso para a ETF.
Outra opção bem fácil é investir em fundos offshore que compram o urânio (metal físico) e cujas valorizações também tendem a acompanhar a valorização do metal, embora os custos envolvidos sejam diferentes e, consequentemente, apresentem uma correlação diferente com metal.
Também existe um grupo, que várias pessoas denominam como mineradoras – as empresas que realmente mineram o metal – mas que incluem exploradoras e desenvolvedoras também. Há uma confusão muito grande acerca delas, mas hoje vamos falar das exploradoras somente e do enorme potencial que as acompanha.
O negócio de exploração é, na minha opinião, mais parecido com um negócio de software do que qualquer outra coisa. Ao contrário das expectativas, não é um negócio de custo alto, investimentos exorbitantes e grandes projetos.
A exploração é um negócio de pessoas e é importante achar talento nessa área assim como em uma empresa de software. É o talento e conhecimento dos gestores, mais do que qualquer outra coisa, que atinge os altos resultados esperados pelos riscos assumidos.
Apenas uma pequena parcela dos projetos acaba se tornando uma mina economicamente explorável. Especula-se que de cada 700 projetos, apenas 1 se torna realmente uma mineração. Como era de se esperar, quando isso ocorre, os retornos são astronômicos.
Portanto, a primeira parte do nosso longo processo de busca por uma exploradora com grande potencial passa pela análise criteriosa de todos as pessoas e gestores envolvidos no negócio, incluindo os geólogos e o conselho. Assim como o negócio das incorporadoras é 3L – Localização, localização, localização, o negócio das exploradoras é 3P – Pessoas, pessoas, pessoas.
Nem sempre a exploradora com as melhores jazidas em potencial são as que dão certo. É necessário olhar o track record de todas as pessoas da empresa, quem fez o mapeamento, quais foram os critérios empregados nas análises de viabilidade e a credibilidade dos participantes, além da capacidade deles de comunicar e entender as demandas do mercado financeiro para conseguir levantar capital quando realmente necessário.
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Quando compramos ações de uma empresa, é bom ter em mente que, na verdade, estamos comprando pequenos pedaços de um negócio de verdade.
E é sempre melhor ter bons e experientes sócios, comprometidos com a empresa (parte significativa dos seus ativos estão em ações dessa empresa), com visão de longo-prazo, sólido track record e noção de responsabilidade.