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A Berkshire Hathaway, empresa do bilionário e lendário investidor Warren Buffett, divulgou seus resultados nesse final de semana e muita gente está falando sobre o impressionante lucro operacional da empresa, que subiu de US$ 14 bilhões no segundo trimestre de 2019 para mais de US$ 26 bilhões nesse trimestre.
Como o próprio Buffett já havia explicado e antecipado, esses números ficariam bem mais voláteis com as novas regras de contabilidade – só para se ter uma ideia, os ganhos ainda não realizados (unrealized gains) foram responsáveis por um resultado de mais de US$ 34 bilhões. Então, vamos ao que realmente interessa nos resultados.
A primeira observação, que tampouco é novidade, é o caixa da empresa, que continua engordando, e agora totaliza mais de US$ 146 bilhões. Para se ter uma dimensão desse valor, com esse caixa seria possível comprar a Vale, o Itáu e a Ambev à vista.
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No comunicado ao mercado, Buffettt diz que as operações do grupo estão preparadas para uma redução nas receitas e na atividade econômica como consequência da pandemia, mas, ainda assim, julgo o nível de caixa mantido alto demais para unicamente esse propósito.
Deve haver outra razão para isso e sabemos disso por um comunicado anterior, no qual Buffett fala claramente que não está conseguindo encontrar bons negócios a bons preços.
Aliás, o sábio de Omaha, como é conhecido, fez poucas aquisições no trimestre, mas vendeu bastante. Isso sim é importante de se notar, já que, segundo o próprio Warren, seu prazo para venda de ações é, normalmente, nunca, ou como ele gosta de dizer “Our favorite holding period is forever“.
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A Berkshire se desfez de sua posição nas empresas aéreas, como já era sabido, e também em algumas empresas financeiras, num total de quase US$ 13 bilhões em alienações. Vamos saber mais sobre isso no próximo dia 14, quando a composição do portfólio da empresa será reportada ao mercado.
Dentre as aquisições, a linha de transmissão de gás natural e as ações do Bank of America foram os destaques. A grande surpresa foi o investimento de mais de US$ 5 bilhões em ações da própria Berkshire o que, na nossa opinião, vai ajudar a aumentar o lucro por ação da empresa.
Independente do que está escrito no comunicado ao público, temos que nos ater ao que realmente interessa: as ações e reações, não ao discurso.
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E as ações que Buffett e Munger estão tomando falam mais alto que palavras. Se um dos maiores investidores de todos os tempos e, provavelmente o investidor em valor (value investor) mais famoso do mundo, não está conseguindo encontrar barganhas, a mensagem é muito clara: tomem cuidado.