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A novela Tesla segue firme e forte e acompanhá-la no Twitter é mais interessante do que assistir a Netflix.
Vamos relembrar os fatos, para não nos perdermos aqui. A trama é incrível.
Há pouco mais de uma semana, o CEO e fundador da empresa, Elon Musk, tuitou que iria fechar o capital da Tesla a US$420 e que os recursos para tal já estavam assegurados.
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Ontem os advogados de Musk soltaram uma nota dizendo que ele só tuitou aquilo porque havia encontrado com os sauditas e achava que eles iriam financiar esse buyout, além de estar bem chateado com os short sellers (os que estão vendidos a descoberto) que criticavam a empresa.
Como eu mencionei no meu último post, um buyout da companhia seria algo bem improvável, já que a empresa consome caixa, ao invés de gerar, e já tem uma dívida enorme, exatamente o oposto do que os fundos de buyout procuram.
Além disso, Musk conseguiu quebrar pelo menos meia dúzia de regulamentações e regras em um único tweet, pelas quais inclusive ele já está sendo processado. Uma das violações em particular eu gostaria de mencionar, porque ninguém está falando nela: o insider trading, que é uso de informações privilegiadas para negociação de ativos mobiliários.
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Ele alegou que já vem em negociações com os sauditas desde início de 2017 e que eles queriam fechar o capital da Tesla. Se isso for mesmo verdade, de posse dessa informação relevante e confidencial, ele não poderia ter comprado ações da empresa, o que fez com dívidas que contraiu da Morgan Stanley (principalmente).
Musk está tentando sair da mentira que inventou contando ainda mais mentiras. Dificilmente essa história acabará bem. Ontem a Goldman Sachs disse que ainda não havia assinado nenhum contrato com ele, horas após ter tuitado que estava trabalhando com a Goldman no projeto de fechamento de capital.
Até quando a SEC vai permitir esse desrespeito ao mercado de capitais é algo a se acompanhar.
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E isso é só o que está acontecendo nos bastidores. Sem contar que a empresa continua a consumir caixa, que as vendas do Model S e X seguem caindo e que os vencimentos de dívida só se aproximam. Enquanto isso, a concorrência continua a avançar. Ao invés de um buyout, a Tesla vai precisar de uma linha de crédito para sobreviver.
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