Atentado contra Bolsonaro: o que há de errado com a esquerda radical?

Chegamos a um ponto em que manipuladores estão abusando de ferramentas ideológicas de esquerda radical, usando abertamente a agitação de mentes doentes para criar o caos e tomar o poder. Não vão conseguir, mas espalharão o seu veneno para outras mentes perturbadas, e farão com que percamos energia preciosa para reconstruir o país, pois será necessário controlar esses núcleos terroristas isolados, para evitar que se articulem ainda mais.

Alexandre Pacheco

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Havendo, no incidente ocorrido com o candidato Jair Bolsonaro, traços evidentes de que se tratou de um crime político, e que partiu de ideologias radicais de esquerda, fica a pergunta: o que há de errado com essas pessoas?

É caraterística dos movimentos de esquerda desejar alcançar a “igualdade de resultados” agora, por entender que as pessoas e a sociedade não caminham naturalmente para essa direção. E somente há um modo de conseguir isso: tomar o poder e usar o Estado para “nivelar” as desigualdades à força, tirando de “quem tem” para entregar para quem “não tem”.

Para tomar o poder na democracia, o mecanismo usado pela esquerda é simples: agitar as pessoas que não têm nada a perder (porque não têm patrimônio, renda, emprego ou família), formar maioria usando essas pessoas e eleger as lideranças usando o caos criado com ideias “revolucionárias”.

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Os movimentos radicais de esquerda vão além, tentando usar a energia dos “excluídos” para tomar o Estado com base na violência, valendo-se da polícia e das forças armadas para dominar as instituições civis (imprensa, associações, famílias, igrejas e templos, partidos políticos, judiciário). Esse é o mecanismo da “paixão da comoção” que Hannah Arendt bem expõe no seu monumental livro “Sobre a Revolução”, e que explica a histeria própria dos movimentos radicais de esquerda. Agitam-se as mentes da maioria com ideias venenosas para, com isso, usar a força mobilizada das pessoas com o objetivo de tomar o poder.

Vemos, por outro lado, que todos os movimentos de esquerda partem de uma premissa: não acreditam que a sociedade caminha espontaneamente para a melhoria de vida das pessoas. Em maior ou menor grau, desconfiam de indivíduos, da livre iniciativa, de empresas e de empresários, das famílias, das religiões e das garantias legais dadas à propriedade privada e às liberdades individuais plenas, preferindo substituir tudo isso, sem vacilar, pelo arbitramento dos “conflitos sociais” valendo-se do Estado.

Logo, é característica dos movimentos de esquerda algum grau de autoritarismo, pois em última instância desconfiam das escolhas livres feitas pelos indivíduos, de forma que desejam tomar o Estado para impor as suas ideias, mesmo que isso seja feito contra a vontade da maioria ou de parcela expressiva da sociedade. Os esquerdistas acreditam profundamente que suas ideias são melhores, e que portanto vale a pena impô-las aos outros usando o Estado para isso.

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O Deus do esquerdista, portanto, é o Estado. Na sua cabeça, basta que “políticos benevolentes e eficientes” tomem o Estado para que as desigualdades sejam niveladas, o egoísmo dos mais ricos seja controlado, a corrupção seja extinta e a pobreza desapareça. No seu entender, a prosperidade seria muito mais uma consequência de “políticas públicas” do que de “esforço individual”. A história demonstra que essa visão é absurda, e que o Estado é, pelo contrário, uma organização muito mais capaz de praticar abusos e concentrar privilégios do que distribuir bem-estar e felicidade para a maioria. Mas o esquerdista é assim: confia demais na sua razão e duvida profundamente da milenar experiência. 

O esquerdista radical, por outro lado, acredita que está preso em um mecanismo que não foi montado por ele, e que essas “forças conservadoras” são mais fortes do que a sua vontade ou criatividade seriam capazes de superar. E essa sensação de aprisionamento mental causa efeitos particularmente fortes em pessoas angustiadas, ansiosas ou que tenham algum grau de neurose. Esse sentimento de prisão mental causa danos à cabeça do esquerdista radical, por cultivar uma raiva contra o mundo que é capaz de tirar completamente o seu foco nas suas próprias potencialidades e nas suas próprias responsabilidades.

No seu livro “Em busca de sentido”, Viktor Frankl, psiquiatra sobrevivente de 4 campos de concentração, diz não ignorar que haja “fatores condicionantes”, mas destaca que podemos tomar uma posição frente aos condicionamentos e superar as piores condições não apenas materialmente, mas espiritualmente. Ele chega a explicar como mesmo em um campo de concentração algumas pessoas conseguiam alcançar liberdade espiritual e encontravam sentido em suas vidas, mesmo estando famintos, exaustos e à beira da morte. Para o esquerdista radical, essa ordem de ideias não faz sentido, porque nada existe além do plano material.

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Outro traço negativo da mentalidade esquerdista radical é o modelo mental de pensar com oposições, seguindo a ideia de “conflitos de classes”: pobres contra ricos, homens contra mulheres, médicos contra pacientes, padres e pastores contra fiéis, empresários contra consumidores, patrões contra empregados. Ignora-se, com essa ideia de oposições, que, em uma sociedade livre, as pessoas mais cooperam do que competem destrutivamente. E, pior, ignora-se a única oposição que realmente é perigosa na sociedade: aquela que existe entre quem domina o Estado (e pode usar a violência contra a maioria) e quem é dominado pelo Estado (e que está sob risco permanente de ser escravizado por uma minoria que venha a tomar o poder). Esse, sim, é o conflito que importa, mas o esquerdista radical propositalmente o ignora por uma razão simples: suas ideias somente funcionam quando o Estado é usado contra a maioria.

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Os mecanismos psicológicos de agitação habitualmente usados pela esquerda radical são perigosos, porque encontram, com facilidade, mentes perturbadas que são capazes de praticar violência. Os esquerdistas moderados sabem disso, e controlam o seu discurso naturalmente divisionista para não incitar os mais jovens e os neuróticos a tumultos.

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Mas é inegável que, no Brasil, temos esquerdistas que não são moderados assim, e que usam a “paixão da comoção” como ferramenta de propagação de ideias, valendo-se de sentimentos negativos como inveja, medo, tristeza e raiva como mecanismos para encontrar Adelios prontos a esfaquear alguém. E até mesmo cabe perguntar: Quantos Adelios mais estão espalhados pelo país, prontos para praticar atos de violência? Quantos núcleos de produção de Adelios estão ativos no Brasil?

Chegamos a um ponto em que manipuladores estão abusando de ferramentas ideológicas de esquerda radical, usando abertamente a agitação de mentes doentes para criar o caos e tomar o poder. Não vão conseguir, mas espalharão o seu veneno para outras mentes fracas e perturbadas, e farão com que percamos energia preciosa para reconstruir o país, pois será necessário neutralizar esses núcleos terroristas isolados, para evitar que se articulem ainda mais.

O meu chamado é para que jovens passem a desconfiar de ideologias de qualquer natureza, e venham a confiar mais em si mesmos e no seu poder de transformar a sua vida, buscando um propósito maior para sua existência – ter uma família, ajudar alguém com atos de caridade, buscar a prosperidade com suas próprias forças.

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Também estendo o meu chamado para os mais velhos, principalmente os intelectuais e jornalistas que conhecem profundamente o que eu estou falando. Identifiquem nas suas ideias e na sua fala a raiz da violência que é capaz de envenenar a cabeça dos jovens e que produzem Adelios. Seus filhos e netos poderão ser vítimas do hospício que está sendo criado no Brasil. Tomem consciência, arrependam-se e parem com isso.

Alexandre Pacheco é Advogado, Professor de Direito Empresarial e Tributário da Fundação Getúlio Vargas, da FIA, do Mackenzie e Doutorando/Mestre em Direito pela PUC.

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Alexandre Pacheco

Professor de Direito Empresarial e Tributário da FGV/SP, da FIA e do Mackenzie, Doutor em Direito pela PUC/SP e Consultor Empresarial em São Paulo.