Registrando um nascimento no Blockchain

Nasceu minha filha na sexta-feira, às 19:41, e, felizmente, com muita saúde! Mas o foco deste post é outro. Pergunto a vocês: como registrar o nascimento de uma filha numa sexta à noite quando todos os cartórios já estão fechados e somente na segunda (amanhã) poderei fazê-lo? Simples, basta registrar no blockchain do Bitcoin. “Como é que é?”, você se pergunta. Pois é exatamente isso. Quando digo que a moeda digital é apenas a primeira aplicação dessa tecnologia inovadora é justamente esse tipo de uso a que me refiro.

Fernando Ulrich

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Nasceu minha filha na sexta-feira, às 19:41, e, felizmente, com muita saúde!

Mas o foco deste post é outro. Pergunto a vocês: como registrar o nascimento de uma filha numa sexta à noite quando todos os cartórios já estão fechados e somente na segunda (amanhã) poderei fazê-lo?

Simples, basta registrar no blockchain do Bitcoin. “Como é que é?”, você se pergunta. Pois é exatamente isso.

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Quando digo que a moeda digital é apenas a primeira aplicação dessa tecnologia inovadora é justamente esse tipo de uso a que me refiro.

Dado que o blockchain é uma base de registro de informações imutável – ou computacionalmente impraticável de reverter –, pode-se usá-lo para registrar digitalmente qualquer coisa. Para certificar a existência de um documento, notarização, autenticação, títulos de propriedade, ativos, ações.

E por que não registrar o nascimento de uma filha? Afinal de contas, se uma certidão de nascimento nada mais é do que o registro do fato, o qual, hoje em dia, é (ou será) mantido na forma digital na maioria dos cartórios, por que não fazê-lo numa tecnologia de registro distribuído imutável que funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, todos os dias do ano?

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Pois foi exatamente o que fiz. Às 23h do dia 17 de junho, realizei o registro da minha filha, sentado no sofá de casa, em questão de segundos, a um custo irrisório, sem jamais saber quem foi o escrivão e ele sem precisar saber o que registrou.

E vejam só que extraordinário: a cada hora que passa, a cada dia que se foi, mais irreversível se torna o registro. Quanto mais o tempo passa, mais segurança eu tenho que o registro do seu nascimento jamais será adulterado, extraviado ou apagado. Quanto mais o tempo passa, maior é a probabilidade que de esse registro estará lá para toda a posteridade.

Isso é exatamente o oposto do que temos no sistema cartorial vigente: quanto mais o tempo passa, maior a probabilidade de que os registros serão extraviados, violados, apagados, seja no formato físico, seja no digital.

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Qual a validade legal do meu registro? Hoje, praticamente nula. Ainda terei que me deslocar até o cartório mais próximo nesta semana. Mas isso vai mudar. Chegará o dia em que registros no blockchain terão plena validade perante a lei. Não tenha a menor dúvida quanto a isso.

Porque quando se tem uma tecnologia que custa infinitamente mais barato, funciona com muito mais rapidez e praticidade e com uma segurança continuamente maior, não há como impedir o seu avanço.

Agradeço imensamente ao Edilson Osório Junior da OriginalMy, empreendedor dedicado a desbravar esse mercado que me orientou a efetuar o registro. Para quem quiser saber mais sobre o que escrevi aqui, ele é a pessoa a contatar.

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Ah, o nome dela é Alice.

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Fernando Ulrich

Fernando Ulrich é Analista-chefe da XDEX, mestre em Economia pela URJC de Madri, com passagem por multinacionais, como o grupo ThyssenKrupp, e instituições financeiras, como o Banco Indusval & Partners. É autor do livro “Bitcoin – a Moeda na Era Digital” e Conselheiro do Instituto Mises Brasil