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Não, não estou me referindo à brecha do protocolo (a “transaction malleability”) usada como justificativa para os problemas da Mt.Gox. Tampouco me refiro aos ataques realizados por algum (ou alguns) hacker(s), em que essa brecha foi explorada afetando diversas exchanges ao redor do globo. Como explica Gavin Andresen, desenvolvedor líder do Bitcoin, “Isso é um ataque de negação de serviço (denial-of-service attack); mas quem está fazendo isso não está roubando bitcoins, apenas impedindo que as transações sejam confirmadas”.
Essa brecha de sistema não é nenhum erro ou bug fatal, como muitos já prognosticaram, apenas algo que precisa ser tratado – especialmente pelo lado das exchanges que utilizam softwares próprios para se comunicar com a rede do Bitcoin.
A ameaça, em realidade, é de natureza mercadológica, tem nome e pode impactar diretamente o modelo de negócios das exchanges tradicionais. Ela se chama Switchless, uma empresa de tecnologia com sede em Cingapura. Seu negócio? “Desenvolver software empresarial de Bitcoin para os bancos globais líderes, gestores de private wealth e corretoras, facilitando o acesso de seus clientes ao Bitcoin”.
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Já imaginou um grande banco oferecendo a compra e venda de bitcoins como qualquer outro produto financeiro? Pois é, o Standard Bank da África do Sul – o maior daquele país – revelou nesta quarta-feira durante a Finovate Europe 2014 o seu projeto-piloto com a Switchless.
Só posso concordar com o diretor-executivo da Bitcoin Foundation, Jon Matonis, quando ele afirma que essa inovação “ameaça as exchanges de Bitcoin mais do que os reguladores”.
This picture threatens bitcoin exchanges more than government regulators (via @netbanker) #Finovate pic.twitter.com/Zxvgu0PvJ2
— Jon Matonis (@jonmatonis) February 12, 2014
Os outros desdobramentos no mundo do Bitcoin que isso pode ter, só podemos especular. Mas certamente deverá levar a uma ampliação do uso da moeda digital ao redor do mundo.