A importância do crédito na venda de carros!

O crédito para compra do carro novo vem voltando aos poucos. Mas como cada marca trabalha com esse movimento?

Raphael Galante

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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O mercado automotivo está bem no estilo mineiro: “tá ruim, mas tá bom!”

 

No ano – jan/out – estamos com quase 10% de crescimento nas vendas. Mas, aqui, vou entrar em outro ponto. A importância do crédito neste setor. Pegando apenas o TOP 6 (GM, Fiat, VW, Ford, Hyundai e Toyota) a gente começa a traçar um paralelo da oferta de crédito para alguns produtos da marca.

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E, não amiguinhos, o crédito não é aberto para o consumidor escolher o que ele  quer! Existe o banco da montadora que pode te influenciar  a optar por determinado carro ao invés do concorrente por ter uma atratividade na oferta de financiamento que o banco de varejo não lhe dá! E também tem a questão dos juros e prazos subsidiados, a uma linha (de crédito) mais ampla para carros da marca, e por ai vai…

 

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O que a gente percebe vendo apenas o TOP 6?

 

No caso da FORD, o financiamento (independentemente da modalidade) é responsável por 60,5% das vendas da marca. O resto é feito no cash! Perceba que mais de 60% dos seus produtos foram financiados! O que isso significa? Que essa alta oferta de crédito representou um crescimento nas vendas da marca de 14% sobre o ano passado.

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No outro extremo temos a Toyota. Os financiamentos representam apenas 46,4% do total de carros vendidos. O fato aqui é que mais da metade dos clientes da marca compram o seu Toyota à vista. Elementar, meu caro Watson: os clientes Toyota possuem alto poder aquisitivo. O financiamento do carro mais vendido da marca (Corolla) é de apenas 41%. 
É muito pouco! Um exemplo que mostra o quanto a Toyota perde por não ter um bom braço financeiro, é o caso da GM. Pegando as vendas do Cruze Sedan (concorrente do Corolla) 63,5% das suas vendas são financiadas. Mais de 20 pontos percentuais sobre o Corolla! OK, as vendas do Corolla estão a  anos luz do Cruze, mas o Cruze ultimamente está pau-a-pau em volume de vendas com o Honda Civic.

 

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A Fiat é outro exemplo antagônico. Com o financiamento participando com menos de 50% nas vendas da marca, a Fiat está com uma retração de 3,5%. Mas, se pegarmos pontualmente o carro destaque da Fiat (Argo) vimos que mais de 70,2% das vendas do novo carro da marca está sendo financiada! Pegando seus outros principais carros (Mobi; Toro; Strada), o financiamento é  representado por menos de 50%. Respectivamente, temos: 50,5%; 51,2% e 48,5%

 

GM e VW, com crescimento médio de 16%, possuem em média 55% dos seus carros financiados.A Hyundai é outra marca que apresenta uma boa penetração de carros financiados (57,7%), mas as vendas da marca estão com sofríveis +2%. Explicação? A linha importada está colocando a marca para baixo! Os produtos feitos pela HMB (HB20; HB20S e Creta), estão com crescimento de 10% e a participação do financiamento está em um ótimo nível (58,6%; 61,4% e 53,6%, respectivamente). Já os produtos da linha Hyundai-CAOA, registram retração de 33,7%, onde o financiamento no carro chefe (IX35) tem apenas penetração de 41%.

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O ponto aqui que queríamos explorar é que, quanto maior a demanda de crédito, melhor será para o setor se recuperar mais rapidamente. E aquelas que possuem um BOM braço financeiro, tendem a sair na frente!

 

Mas, parece que nem todas as marcas aprenderam isso!

 

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=)

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Raphael Galante

Economista, atua no setor automotivo há mais de 20 anos e é sócio da Oikonomia Consultoria Automotiva