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Caros leitores, digníssimas leitoras,
2022 já se encontra logo ali, dobrando a esquina. Estamos no fatídico momento de realizarmos a nossa “crássica” retrospectiva do ano. Desta vez, faremos um top 5 com os principais acontecimentos de 2021 no setor automotivo.
Na quinta posição do nosso top 5, no melhor estilo “Max Verstappen ganhando o campeonato na última curva”, um dos grandes destaques deste ano foi o pessoal da Simpar (SIMH3).
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A Simpar é “apenas” a holding que controla outras empresas “meia-boca” como JSL (JSLG3), Movida (MOVI3) e Vamos (VAMO3). Além disso, ela possuía concessionárias das marcas Volkswagen, Fiat e Ford (mas não mais).
E por qual motivo o pessoal da Simpar entrou no nosso top 5 do setor automotivo? Simplesmente porque o pessoal de lá decidiu, neste fim de ano, “meter o louco” no setor. O que eles fizeram?
Até este ano, eles possuíam 13 concessionárias. Então, no melhor estilo gremilins, eles foram às compras em novembro e arremataram as 20 lojas do grupo UAB Motors (entenda-se “GPI” na NYSE). Não satisfeitos, e num curtíssimo espaço de tempo depois (30 dias), arremataram mais 14 concessionárias que pertenciam ao Grupo Saga.
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Ou seja, em menos de 45 dias eles saíram de 13 concessionárias para 47 lojas. Esse foi um dos maiores movimentos de M&A na história do setor automotivo.
E não foi apenas isso. O pessoal da Simpar desembolsou R$ 510 milhões pelo grupo UAB e R$ 306 milhões por parte das operações do Grupo Saga. Ou seja, a família Simões desembolsou mais de R$ 815 milhões em aquisições de concessionárias.
Se levarmos em consideração um outro grupo que também vendeu uma parte das suas operações no Distrito Federal e Amazonas, somente eles movimentaram mais de R$ 1 bilhão em M&A de concessionárias.
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Apesar dos pesares, o setor automotivo se encontra numa curva ascendente de rentabilidade. Já havíamos explorado esse tema mostrando que, mesmo em ano de pandemia, a lucratividade do setor subiu 50%.
Naquele momento, o CEO da DBK (uma das principais empresas de compra e venda de concessionárias) havia nos passado a visão sobre a dinâmica de M&A que vem acontecendo no mercado brasileiro. Segundo ele: “O mercado de concessionárias está muito comprador e várias empresas menores sem sucessão estão nos procurando para aproveitar o momento e vender”.
E não só empresas pequenas!
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No caso da Simpar, tivemos dois marcos importantíssimos que devemos salientar.
O primeiro foi o fim de um sonho. Num passado não muito distante, alguns grupos de investidores estrangeiros passaram a atuar no mercado de distribuição de veículos.
Tivemos os desbravadores do grupo Entreposto (sediado em Portugal), que foi um dos primeiros a entrar neste ramo, seguidos dos japoneses do grupo Tsusho. Aí entrou o pessoal do Group 1 Automotive (grupo UAB) e do grupo McLarty.
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O que eles perceberam é que neste ramo de atividade você precisa ser ninja para sobreviver e ganhar dinheiro, ainda mais no mercado brasileiro.
O grupo Entreposto encerrou as suas operações em terras tupiniquins em 2019. O grupo UAB irá encerrá-las assim que a negociação com a Simpar for concretizada. Já o pessoal da McLarty deu uma oxigenada no negócio com a saída da família Caltabiano das operações. E os japoneses da Tsusho estão só de olho nas movimentações que estão ocorrendo.
O segundo ponto foi que, na compra das operações da Saga no Maranhão pelo grupo Simpar/Original, estava embutida a “aquisição” do executivo e agora atual diretor-presidente deste novo grupo de 47 lojas.
E aqui, no melhor estilo “Letícia Toledo”, parafraseando o seu Do Zero ao Topo, a história do Alessandro Soldi, se encaixa neste perfil.
O legal do Alessandro é a sua trajetória profissional. Desde o início como estagiário de uma fábrica da Volkswagen, passando para montador de veículos na mesma montadora e, chegando agora, a diretor-presidente de um dos maiores grupos de concessionárias do país (se todos os negócios que a Simpar realizou nos últimos 45 dias se concretizarem, o grupo Original Veículos estará no nosso top 10 de maiores grupos, brigando para entrar no top 5).
E, ao que tudo indica, o grupo Original/Simpar tem tudo para entrar nesse seleto grupo dos top 5. Quando o Soldi iniciou sua trajetória no Saga há 20 anos, o grupo tinha apenas duas concessionárias. Antes dessa operação com a Simpar, o grupo Saga já totalizava 110 concessionárias.
O Grupo Saga também merece uma menção no “Do Zero ao Topo”, já que o ritmo de expansão nos últimos 20 anos foi da abertura de uma concessionária a cada 75 dias – tornando-se “quase” o maior grupo de concessionárias no mercado brasileiro (não considerando a venda deste lote, além de ser impossível concorrer com o grupo Caoa).
E aí, neste cenário, uma das expertises que o Soldi adquiriu foi esse processo de expansão de rede que o Grupo Saga fez ao longo das últimas duas décadas.
Lógico que pautar o Soldi só por essa “expertise” em expansão de rede seria uma injustiça com os seus mais de 25 anos trabalhando no setor e toda a sua formação acadêmica feita aqui no Brasil e no Exterior.
Mas a entrada dele como “o” executivo da empresa é, para nós, um forte indicador de que deveremos ter novas aquisições no portfólio da Simpar/Original.
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