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Caros leitores, digníssimas leitoras,
Aquele clichê de “ANO NOVO, VIDA NOVA”, não funciona para o setor automotivo. Na verdade, a tônica é “ANO NOVO, PROBLEMAS VELHOS…”
O que aconteceu com o glorioso mercado de veículos neste primeiro mês do ano?
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Com 116,5 mil carros novos vendidos, o setor registrou forte retração de 28,32% em comparação com janeiro de 2021, quando tivemos 162,6 mil carros comercializados.
E pior: janeiro de 2022 registrou o pior resultado do setor para o mês nos últimos 17 anos!
Temos os problemas “de sempre”: falta de peças (os semicondutores); aumento (encarecimento) das linhas de crédito; aumento de custos (de insumos e pessoal); repasse dos custos nos preços dos veículos e por aí vai.
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Se os players do setor comemoraram o ano passado como sendo (apesar dos pesares) um dos anos mais rentáveis dos últimos tempos, neste ano a história será outra.
Além dos pontos acima mencionados, teremos em 2022 uma economia que vai andar igual caranguejo, ou seja, de lado e com crescimento nulo – além da turbulência de um ano eleitoral.
E os reflexos já estão sendo sentidos agora!
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Se antes quem tinha um veículo usado (a principal moeda na compra do veículo novo) possuía “ouro”, hoje ele já está valendo menos. O estoque de veículos usados (e de novos) está ficando mais tempo parado.
Com o giro menor, existe pressão no preço deles para os lojistas/concessionárias fazerem caixa. E isso reflete também na venda do novo. Algumas redes de concessionárias já estão sentindo “uma certa pressão” por parte das montadoras, que voltaram (sutilmente) a adotar a sua “crássica” política de “empurroterapia”.
No ano passado, as vendas de carros novos fecharam com volume próximo a 1,975 milhões de unidades. No nosso primeiro texto do ano, afirmamos que se conseguíssemos chegar à cifra de 2 milhões de unidades (acréscimo de 25 mil unidades), teríamos o nosso milagre de Natal. Essa era a nossa visão rodrigueana de mostrar a vida como ela é, mas com um forte viés de otimismo!
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O que nos chocou foi empresas/entidades/jornalistas especializados cravando um aumento de até 10% para este ano. Por exemplo, a Anfavea (Associação dos Fabricantes de Veículos) acredita que a comercialização de carros novos crescerá 8,4% — chegando à marca de 2,143 milhões de unidades.
Como vendemos 116 mil neste mês que acabou de terminar, o mercado teria que vender 185 mil carros por mês até dezembro. Isso sem contar que teremos um fevereiro “carnavalesco” tão parado como janeiro.
Ou seja, só a Anfavea —e o Tom Hanks — estão “À ESPERA DE UM MILAGRE”. Mas (ALERTA DE SPOILER), assim como no filme, ele não vai acontecer!
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Nossa visão rodrigueana aponta para um mercado de 1,9 milhão de unidades (com viés otimista) e esse será o nosso “milagre de Natal”.
Mas, se tem marcas chorando, existem outras que estão vendendo lenços!
Neste começo de ano, só quatro marcas (de volume) registraram crescimento. Destaque positivo para CITROEN e PEUGEOT, que mais do que dobraram o seu volume (na verdade, quase triplicaram). O destaque negativo vai para o trio GM, VW e Ford, com retração superior a 50%.
Mas, se o pessoal de autos está sofrendo, essa não é a dinâmica dos outros setores.
O mercado de veículos pesados (caminhões e ônibus) segue firme e forte para registrar um dos melhores anos para o segmento dos últimos seis/sete anos.
Com 8.517 caminhões vendidos em janeiro, o setor registrou crescimento de 17,33% sobre o mesmo mês do ano passado (7.259 unidades). As vendas de ônibus avançaram 3,32%, com 1.368 unidades comercializadas no mês passado – contra 1.324 em janeiro de 2020.
Os dois segmentos IRÃO registrar crescimento! E crescimento forte, do tipo dois dígitos (entre 14% a 16%).
Mas lembrando que o cenário mudará drasticamente em 2023/24!
Outro segmento que vai na contramão do mercado de autos é o de motocicletas, vulgarmente conhecido como “Honda Motos + o resto”.
Com quase 90 mil motos vendidas em janeiro, o setor registrou crescimento de 4,5% sobre igual período do ano passado. Um dos responsáveis foi o Sistema de Consórcios. Nos últimos anos, as montadoras se focaram bastante na venda ativa das cotas de consórcio de motocicletas. Agora, no atual momento de turbulência político-econômica, elas estão usufruindo da poupança que montaram. Ou seja, perspectiva de crescimento contínuo nos próximos ciclos.
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