Como interpretar as Vendas do Varejo

Vendas no varejo nos EUA, Brasil e China fizeram preço, mas no final, sempre a mesma suspeita dita o rumo.

Alexandre Aagesen

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

Como ler um dado de Vendas no Varejo? Se você ainda tem dúvida, deixe-me aumentá-las mais um pouco. Entre ontem e hoje tivemos três divulgações. Nos EUA, vieram fortes, o que foi uma má notícia: economia resiliente, juros subiram, bolsas caíram. Na China, também vieram fortes, o que foi uma boa notícia: economia forte, puxando o PIB (aliás, viram esse PIB Chinês? Que aula). E no Brasil, veio fraco. Bom, baseado nos dois dados acima, claro que você já sabe como foi lido, certo? Não? Foi positivo também, claro: política econômica funcionando, desacelerando a economia, então cabem cortes na Selic.

Mas o nome do jogo ontem foi volatilidade. Dia começou negativo, virou pra positivo, desvirou pra negativo e terminou no zero a zero. Quem olhou só fechamento de segunda contra fechamento de terça, perdeu uma belíssima montanha russa. Apesar das vendas no varejo, EUA falou mais alto (as usual) e nossa curva acabou subindo também. Que chata essa coluna monotemática. Nem preciso falar o tema e vocês sabem que eu estou falando ‘Dela’. Dona desses animais. Pra quem quiser mudar um pouco de tema, vale olhar o IGP-10, que saiu por aqui, particularmente os IPAs (ao produtor): No Agro, mega deflação; na indústria, inflação puxada; salários, ainda esticado. São argumentos contrários à queda de juros por aqui, mas sozinhos não fazem sol, verão.

Vale ainda acompanhar algumas visitas internacionais: Putin na China e Biden em Israel chamam mais a atenção, mas a lista mais longa é do Antony Blinken. Esse cara ta viajando mais do que Marco Polo. Pensa no jet lag. E vale acompanhar também a novela que é a política norte-americana. O leitor atento sabe que o Congresso está sem presidente, mas houve algumas votações: Em nenhuma ainda tivemos maioria, mas Jim Jordan (Republicano) estava liderando as apostas, até que teve 200 votos versus 212 de Hakeem Jeffries. O número não é suficiente para eleger nenhum dos dois, claro, mas assusta o fato do Jeffries ter quase levado a casa, especialmente por um detalhe: Ele é Democrata numa casa com maioria Republicana. Eu sei que falo isso com frequência, mas que fase.

Continua depois da publicidade

Ficou com alguma dúvida ou comentário? Me manda um e-mail aqui

Tópicos relacionados

Autor avatar
Alexandre Aagesen

Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos