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Declaro antecipadamente aberta a temporada de afrouxo monetário. No Brasil já está rolando (no juro nominal, ainda que não no real), e em alguns outros países também, mas estou falando de afrouxo monetário global. Ok, foco no “antecipadamente”, mas a temporada de Pombos (dove) está aí. África do Sul decidiu por manter juros parados. Turquia subiu (500 basis, ouch), e ainda segue com juro real negativo, mas diz que está chegando ao fim do ciclo. BCE soltou a ata da última reunião, onde disse que pode subir mais se precisar, mas que não é cenário base. Ainda esse ano vamos ter mais clareza em relação à EUA. Ainda não começamos a ver queda de juros em massa, mas é o próximo estágio, e vocês sabem como o mercado gosta de antecipar essas coisas.
Quando eu estava na escola, tive uma professora de física (um abraço Miriam) que me ensinou a calcular o movimento de um objeto lançando para cima na vertical. No primeiro momento ele sai com aceleração (f=m*a), depois vai desacelerando pela gravidade (a=-9.8m/s²) até chegar à uma velocidade de zero (SOVETÃO). No momento que a velocidade atingia zero, era o ponto máximo que o objeto chegaria. 2022 foi o ano de lançamento de juros. 2023 foi o de velocidade = zero. E depois, meu amigo, quando todas as taxas começarem a cair sincronizadas (mas não coordenadas), qual vai ser o impacto no mundo? Bom, 2024 está aí pra te responder.
Esses dias estou em Brasília para algumas reuniões e eventos. RCN até agora não me chamou para tomar um café (deve estar se fazendo de difícil) mas se ligar, já sei o que vou falar pra ele: “Bixo, surfa essa queda global, mas cuidado com a sincronia não coordenada, principalmente lá no final do ano que vem”. Se bem que se é final do ano que vem, eu vou precisar falar com outro presidente, né? Deixa pra lá.
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