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Crianças choram nas ruas. Nos adultos, o olhar perdido, em desespero. Os cães ladram, os mares se agitam e nuvens negras se aproximam. É o apocalipse, e seus cinco cavaleiros: Fome, Guerra, Pestilência, Morte e… Treasury de 30 anos. Se a de 10 anos já assusta, o que se dirá da sua irmã 20 anos mais velha e mais feia? O café esfria enquanto o suor desce. “É o pior leilão de 30 anos desde novembro de 2021”, esbraveja embasbacado um operador. A bolsa brasileira até tinha começado o dia bem, com petróleo lambendo os 78 dólares (e petrolíferas surfando bem por aqui), mas ao meio-dia começou o leilão. E quando a Treasury de 30y abre 10bps em menos de 60 min (e mais de 15bps no dia), não tem fiscal, não tem COPOM, não tem petróleo, não tem nada! Rápido como um falcão peregrino.
Mais tarde, Jerome “The Power” Powell, foi às manchetes. Sobe ao auge da tribuna no FMI; Olhar de falcão para a plateia; Discurso de falcão para o mercado; Respira fundo e… é interrompido por um protesto. Mas o Fed havia divulgado o discurso dele. Não decepcionou. Falou dos juros e encheu a boca pra falar. Tom duro, possível subida de juros, “estamos longe do fim da batalha” e tudo mais. Bem, lá se foi o restinho de bom humor daquela manhã. Bolsas ainda seguraram, contra o pior, longe das máximas do dia, pela manhã. Se você olhar o gráfico dos yields de 30 anos e dos de 2 anos, você vai ver os dois momentos: Leilão e Discurso.
Ontem também o IBGE divulgou o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, com fechamento de outubro e projeção de 2024. Sabe aquela safra gigante de soja, milho e etc. do começo do ano que ajudou a segurar o câmbio? Pois é, ano que vem tem mais (segundo o relatório). ¡Me río en la cara d’El Niño!
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