Magalu Americanazou-se?

Eu me lembro bem daquele tempo. Membros do Partido dos Trabalhadores falavam em maior expansão de gastos, os juros norte-americanos de médio e longo prazo estavam subindo rapidamente, ainda que os FedFund Rates estivessem parados há reuniões, uma gigante do varejo nacional anunciava “inconsistências contábeis” que teriam beneficiado os acionistas (sem má-fé aparente) e a inflação na Argentina… bom, nem preciso falar nada. Janeiro de 2023? Claro que não, estou falando de ontem.

Ontem, Lindbergh Farias (PT) protocolou na Câmara dos Deputados uma solicitação de alteração da meta fiscal de 2024 para -1% do PIB. Nem dentro do PT, nem entre os economistas mais catastrofistas, espera-se que essa ideia prospere: Farias não está entre aqueles mais influentes no partido ou na Câmara (pelo menos desde que saiu dos caras-pintadas). Mas é um balão de ensaio, clássico movimento de colocar o bode na sala. Ontem também, a varejista Magazine Luiza divulgou uma nota declarando que encontrou “incorreções em lançamentos contábeis” na ordem de R$ 830 milhões. Pechincha, mas o nome “Americanas” apareceu algumas vezes nos grupos de mercado. Uma imprecisãozinha de nada. Detalhes.

E falando em “Americanas”, essa semana era para estarmos de olho lá nos Estados Unidos da América: CPI hoje, PPI amanhã e, talvez mais importante ainda, a discussão de orçamento volta ao Congresso. Lembram daquele prazo de 45 dias que o (ex-Speaker) McCarthy conseguiu para o Biden? Pois é, está acabando, e agora cabe ao Johnson decidir o que fazer. Uma nova prorrogação de prazo, um copy/paste do orçamento anterior, um novo orçamento do zero (dizer-se-ia: duvideodó) ou aquele bom, velho e tenebroso shutdown? Difícil.

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