O que acontece além do Copom e do Fomc?

Hoje temos reunião do COPOM e FOMC, mas antes de falar sobre o que todo mundo está falando, vários outros dados e acontecimentos estão aparecendo e fazendo preço.

Alexandre Aagesen

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Dia agitado ontem na esquerda brasileira. Depois das falas do Lula na sexta e da coletiva do Haddad na segunda, começaram a pipocar intelectuais, políticos e economistas do espectro com diversas opiniões. A maioria defendeu a visão do Lula, de que seria infrutífero perseguir uma meta fadada a ser descumprida. Entre eles, destaque para Rui Costa (Casa Civil). Uns poucos defenderam o ponto de vista de Haddad, de continuar com a meta zero e de fato persegui-la (e do benefício da sinalização). Entre esses outros, destaque para Jaques Wagner (líder do governo no Senado). Ainda foi ventilado que poder-se-ia (como diria Temer) manter a meta zerada e alterá-la no ano que vem, por iniciativa do próprio legislativo, blindando assim Lula e Haddad. Segundo o novo arcabouço fiscal, cumprir ou não cumprir a meta tem impacto direto nas despesas de 2025 também, então mudar ou não mudar a meta pode ter alcance além do ano em si. Ou seja… digo, sei lá. Não sei, só sei que foi assim.

No âmbito corporativo, temos alguns sinais mistos. Os fortes resultados divulgados têm ajudado o Ibovespa a se recuperar ou, pelo menos, não cair tanto quanto as bolsas lá de fora. Mas, fora do Ibovespa, a paisagem das empresas é mais dura: Country Garden em default (falamos ontem); notícias (cof-boatos) de que a WeWork pode pedir falência semana que vem; Southrock (operadora da Starbucks, Subway, Eataly e TGI Fridays) em situação delicada (para dizer o mínimo); e os supermercados Dia indo pelo mesmo caminho. Isso só essa semana (e ainda é quarta-feira). Que semana, hein capitão?

Se você sabe o que é “Key Rate Duration”, ou já usou DV01 em buckets, dê uma olhada no movimento de curva de juros aqui e lá fora ontem. Um verdadeiro estudo de caso, muito legal (se você gosta desse tipo de coisa). Vale ainda acompanhar o Yen apanhando depois da decisão de juros no Japão (mercado esperava mais), o Bitcoin completando 15 anos desde o whitepaper, e toda a discussão de um ETF spot ainda rolando (Satoshi Nakamoto – que na minha fanfic é o John Nash – estaria orgulhoso) e os acontecimentos de hoje no Fomc, Copom e Secretaria de Tesouro Americano. E queria finalizar pedindo desculpas formais aos amantes de Charge. São um número maior do que eu esperava (/acharia possível).

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Alexandre Aagesen

Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos