Res Publica

Venezuela versus Guiana; Xi versus Biden; Massa versus Milei; Burry versus Lucro; Johnson versus Orçamento; Realidade versus Selic; Leônidas versus Xerxes.

Alexandre Aagesen

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República, ou Res Publica, literalmente “a coisa pública”. Não mais pertencente a um monarca, ou um grupo de influentes, mas de todos, do público. Não tão público quanto imaginamos, mas ainda assim, mais público que a versão anterior. Claro que os ideais por trás do <escolha conforme viés ideológico: Golpe; Revolução; Proclamação> não são de todo abdicados, como em tudo na vida. Há boatos de que D. Pedro teria trazido pombas para o Rio de Janeiro, num afã de tornar a Cidade Maravilhosa mais parecida com a Cidade Luz (Paris). Me parece um bom motivo para ser deposto, se for verdade. Mesmo assim, a única reclamação do deposto, foi com o desrespeito por terem tirado ele da cama às 5 da manhã. Isso são horas para o então Imperador (D. Pedro II) descobrir que sua ele e sua família não eram mais bem-vindos no Brasil? Hoje, 134 anos depois, cá estamos, cada vez mais Res e menos Publica, mas estamos, e se não é perfeita, pelo menos é íntegra.

O que talvez não se possa falar isso por muito mais tempo sobre a Guiana (Britânica, não a Francesa). A Venezuela está ensaiando declarar parte do território da Guiana como sendo na verdade venezuelano. Coisa pequena, um bairro ou dois… só 74% do país. Existe uma justificativa étnica e histórica (sempre tem), mas tem uma outra mais latente: a econômica. A Guiana começou recentemente a explorar petróleo (sempre ele) na região “em disputa”. É o mesmo complexo de poços de petróleo que o Brasil começou recentemente a discutir na <escolha conforme viés ideológico: Margem Equatorial; Foz do Rio Amazonas> para exploração.

Outras tortas de climão rolaram no mundo nos últimos dias que também valem destaque. Xi vai à Califórnia, lar dos Lords of Dogtown (don’t say it), se encontrar com Biden. Xi ecoa o Oráculo de Omaha: “Never bet against America”. Biden ecoa <escolha conforme viés ideológico: livre): “Bem, Xi é um ditador”. Relacionamento desalinhado nunca é legal. Outra coisa que não está legal são as campanhas políticas na Argentina. Capitão ANCAP, Tatcher em IA, muitos ataques e poucas propostas. Acho que agora já pode chorar, Argentina. Teve também notícia do Michael Burry: ele zerou a sua posição vendida em bolsa americana de USD 1.6 bilhões (com B de “Burried”), com 40% de prejuízo. Não, ele não perdeu 40% de 1.6 bi. Perdeu 40% do prêmio (1.6 bi era o notional).

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Nos EUA, shutdown foi mais uma vez evitado nos 48’ do segundo tempo. Aquele tipo de coisa que dá mais razão às agências de rating que estão puxando a orelha do fiscal americano exatamente por sempre deixar tudo para a última hora. E falando em última hora, vale ficar de olho hoje para IGP-10, IBC-br, balanço de Americanas (já saiu, e é pior do que você imagina), e no PPI (EUA) que saiu ontem, bem melhor que o esperado.

PPI, CPI, IPCA, IGPM, INCC, atividade, desemprego… lag natural dos efeitos de política monetária, políticas monetárias em outras geografias, dinâmicas de juros longos ao redor do mundo inteiro, câmbio surpreendentemente estável… em março, abril, maio, junho, julho, agosto, setembro, outubro, novembro… começam a sobrar para acelerar o corte da Selic. Se o fiscal ajudar um pouquinho de nada, é trifeta. E por falar em trifeta, fico muito feliz uma marca: Trecentésimo One Page (edição de número 300, precisei pesquisar aqui o ordinal de trezentos). 300 Pages. Madness? No. This is One Page!

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Alexandre Aagesen

Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos