‘Se na Argentina tivesse centrão, não estava como está’

Política fiscal segue no radar dos investidores, com Lei de Diretrizes Orçamentárias, Reforma Tributária, COPOM e Bancos Públicos.

Alexandre Aagesen

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

Ontem saiu a ata do COPOM, e veio bem em linha com o que esperávamos mesmo. Muito parecida com o próprio comunicado da semana anterior, e com um destaque adicional para a situação fiscal: “O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, (…) cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida (…)”. A incerteza traz risco. Risco traz prêmio. Prêmio, nesse contexto, equivale a mais juros. Reforçaram que ainda vão manter o plano de cortes de juros de curto prazo, mas deram recado de o que pode dar errado. Como diria Jorge Ben Jor, “Roberto Corta Essa”.

Em “A República”, Sócrates argumenta em favor de uma classe política formada por filósofos, afinal, são a única classe de cidadãos bem-preparados para isso (fonte: ele mesmo). Biased? Claro, mas quem não é? Aposto que um médico diria que médicos deveriam estar no poder, e CFA Charterholders entenderiam que deveria ser obrigatório ter a certificação para isso (pra essa demanda, voto com o relator). Agora sobre um outro assunto, completamente descorrelacionado, jamais que eu diria que esse personagem é enviesado (nem que é parte do Centrão), mas diz-se que ‘Se na Argentina tivesse centrão, não estava como está’. Essa dividiu opiniões, Vossa Excelência.

Vale ainda acompanhar a divulgação de balanços por aqui, que tem dado bons argumentos pras ações subirem; a precificação de corte de 200 pontos nas próximas 4 reuniões do COPOM; o Bitcoin voltando a chamar atenção da mídia; índice P/L do Ibovespa buscando 8.5x; votação no Senado hoje da reforma tributária; LDO aprovada em comissão sem mudança de meta (mas ainda dá pra mudar até dia 16); e principalmente, ontem, dia internacional da preguiça (não relacionado), o executivo falando em uso de bancos públicos para políticas de governo. Pelo menos podiam ter pensado num nome novo. Que tal “Parafiscaos”?

Continua depois da publicidade

Ficou com alguma dúvida ou comentário? Me manda um e-mail aqui

Tópicos relacionados

Autor avatar
Alexandre Aagesen

Com mais de 15 anos de mercado financeiro, é CFA Charterholder, autor do livro "Formação para Bancários", host do podcast "Mercado Aberto" e Investor na XP Investimentos