A morte dos embromadores

Assim como eleitores têm uma inesgotável capacidade de eleger governantes ineptos, observo alguns diretores e empresários escolherem, com preocupante frequência, embromadores para cargos importantes das empresas. Além de comprometer sua imagem e o resultado, causam enorme frustração nos demais líderes da companhia.

Silvio Celestino

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Assim como eleitores têm uma inesgotável capacidade de eleger governantes ineptos, observo alguns diretores e empresários escolherem, com preocupante frequência, embromadores para cargos importantes das empresas. Além de comprometer sua imagem e o resultado, causam enorme frustração nos demais líderes da companhia.

A tecnologia não tornou as pessoas mais honestas e competentes, mas jogou luz para que todos vejam quem é quem. Os enganadores podem até se proteger sob o manto daqueles que os escolheram, mas não podem disfarçar indefinidamente sua incompetência e má intenção. Pois os fatos e os números que produzem são cada vez mais registrados e passíveis de ser avaliados.

Esse problema não ocorreria, se quem manda na empresa fosse mais humilde e utilizasse critérios objetivos para selecionar, desenvolver e avaliar seus comandados.

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O ego de presidentes e empresários ainda representa um grande obstáculo para que façam melhores escolhas. Afinal, embromadores são bons na arte de falar aquilo que eles desejam ouvir. Planos com metas absurdas e não factíveis são apresentados de maneira convincente e com otimismo exagerado. Alguns são mestres na arte de se vestir e têm um visual exótico, o que lhes dá um ar de alguém que “pensa fora da caixa” e é mais ousado que os demais.

Todos esses embustes não enganariam ninguém, se os líderes tivessem maior preocupação em avaliar racionalmente e com serenidade o histórico dessas pessoas. Conversar com aqueles que já trabalharam com elas no passado e, principalmente, ter rigor na avaliação dos números que apresentam ao longo do tempo.

Embromadores são bons na entrega de explicações e no remanejamento de planos, principalmente para esconder seus maus resultados e se apropriar daqueles obtidos por outras pessoas. Um líder justo jamais permitiria a alteração das regras de avaliação no meio do caminho.

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Não basta ser competente, o indivíduo tem de parecer competente e, portanto, a apresentação é importante. Mas, se o conteúdo não for bom, devemos avaliar na maior velocidade possível e tomar as medidas de correção necessárias.

É imprescindível que as empresas sejam comandadas por diretores que valorizem a competência, e não somente a embalagem dos trabalhos de seus liderados. Afinal, o mundo seria muito melhor se fosse livre de embromadores.

Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.