Inovar ou fazer funcionar?

Não é surpreendente faltar água e energia no Brasil. Quando vejo as ruas de São Paulo e como os buracos são tapados, meu pensamento é: alguém que não consegue fechar um buraco direito tem capacidade para gerir uma cidade ou país?

Silvio Celestino

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Não é surpreendente faltar água e energia no Brasil. Quando vejo as ruas de São Paulo e como os buracos são tapados, meu pensamento é: alguém que não consegue fechar um buraco direito tem capacidade para gerir uma cidade ou país?

Também é muito difícil encontrar bons encanadores, eletricistas e pedreiros para manutenção de nossas residências. Ninguém cumpre prazo, e a qualidade dos serviços é sofrível. O capricho parece ser algo que não existe na vida de muitos desses profissionais.

Se isso ocorre no mundo daquilo que é mais visível e que afeta nosso cotidiano, imagine o que se passa em locais a que não temos acesso, ou em atividades mais complexas da economia e das empresas.

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Damos um foco enorme em tecnologia e inovação, mas falta fazer o básico funcionar.

Existem tão poucos profissionais qualificados, que até eles começam a entregar com qualidade inferior, pois estão sobrecarregados e cansados. Esse problema exige ação direta não só da empresa, mas também do governo (sim, aquele mesmo que não sabe tapar um buraco e manter o fornecimento de água e de energia).

É verdade que as empresas desejam a tecnologia, o aplicativo e o sistema mais avançado possível, mas se esquecem das pessoas. Elas precisam investir mais no treinamento e no uso de métodos que possam contribuir com o desempenho e a qualidade do trabalho de seus profissionais. Já os governos precisam reduzir a carga de tributos e de burocracia para a contratação de funcionários. É difícil imaginar um departamento de RH centrado no treinamento e desenvolvimento de profissionais e líderes, quando o governo literalmente o afoga em leis de trabalho anacrônicas.

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E, para piorar, agora o governo, em uma ação repetitiva, quer aumentar os tributos sobre as empresas menores, que são as principais geradoras de emprego e renda.

Por tudo isso, embora seja importante falar sobre inovação, deveríamos falar primeiro sobre como fazer o básico funcionar.

E o básico depende das pessoas. Deveríamos focar nelas e oferecer-lhes as melhores condições possíveis para que seu talento agregue valor para a empresa, os clientes e a comunidade. Ninguém fará isso ganhando pouco, ou tendo seu trabalho excessivamente tributado.

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Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.