O exemplo de Mandela

Os primeiros dias do mundo sem Mandela nos faz pensar sobre como sua história é um grande aprendizado para aqueles que desejam ser líderes. No mundo de hoje, parece ser maior o número de pessoas que agem sem preparo, sem falar naquelas que se preparam e não agem.

Silvio Celestino

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Os primeiros dias do mundo sem Mandela nos faz pensar sobre como sua história é um grande aprendizado para aqueles que desejam ser líderes. No mundo de hoje, parece ser maior o número de pessoas que agem sem preparo, sem falar naquelas que se preparam e não agem.

É impressionante a quantidade de líderes empresariais e políticos que são carismáticos, atraem muitos ao seu redor, mas são idiotas em suas ações. Em casos mais críticos, são criminosos. Evidenciam seu desconhecimento e, principalmente, despreparo e falta de ética. No outro extremo, encontramos pessoas que estudam profundamente os temas relevantes para as empresas e o mundo. E assim continuam vida afora. Estudam e se preparam e nunca entram no jogo.

O exemplo de Mandela demonstra que a solução está na integração da reflexão e da ação com vistas a um propósito elevado. Especialmente um resultado duradouro.

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O primeiro passo é o preparo extensivo. Os estudos levaram Mandela a adquirir cada vez mais conhecimento. Ele nunca parou de aprender, mas, acima de tudo, de evoluir. Há pessoas que leem muito, mas somente um autor, ou um livro, repetidamente. Mandela, ao aprimorar suas ideias de forma ampla, passou do nível de ética no qual acreditava que todos estavam contra ele, para descobrir que a solução dos problemas estava na identificação de que “somos todos um só”.

O segundo passo é a definição clara do propósito a ser cumprido. Nas empresas, é muito grande a quantidade de líderes que não deixam claro o que é para ser feito. Em geral, a falta de clareza faz as ações degenerarem para as questões imediatas e o futuro ser esquecido. Por esse motivo, a maioria dá resultados de curto prazo por longo tempo, em vez de focar resultados duradouros.

Por último, a ação integrada à reflexão é que permite atos conscientes e consistentes. Ações destituídas de um pensamento geram resultados incertos e, por vezes, afastam empresas da meta que desejam atingir. Além disso, o aprimoramento constante é que permite o ajuste à realidade. Conheço líderes que não modificam seus objetivos, mesmo quando há uma mudança na legislação, uma forte contração econômica, ou mesmo um competidor que faz uma ação imprevisível e devastadora para a empresa. Não saber se ajustar é um forte indicativo de despreparo.

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A evolução de Mandela é inspiradora. A transformação de suas ideias, ao longo da história, é um exemplo grandioso de adaptação à realidade, reflexão e ação integradas em busca de um propósito elevado.

O medo de agir limita muitas pessoas preparadas, mas o amor pode libertar: o amor por ajudar as pessoas, o país e o mundo. Mandela soube atingir essa visão. Junta-se aos grandes da história e, mesmo assim, certa vez, declarou que, em sua lápide, seja escrito somente: “Aqui jaz um homem que cumpriu o seu dever na Terra”.

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.