O líder tem de se fazer compreender

Não é apenas a presidente Dilma Rousseff que é incompreensível em seus discursos. Nas empresas, é comum encontrarmos líderes que se comunicam muito mal. Como resultado, provocam confusão na equipe, retrabalhos e perda de tempo. Além disso, não raro, consideram que as pessoas ao seu redor são pouco inteligentes, pois não compreendem o que ele diz.

Silvio Celestino

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Não é apenas a presidente Dilma Rousseff que é incompreensível em seus discursos. Nas empresas, é comum encontrarmos líderes que se comunicam muito mal. Como resultado, provocam confusão na equipe, retrabalhos e perda de tempo. Além disso, não raro, consideram que as pessoas ao seu redor são pouco inteligentes, pois não compreendem o que ele diz.

Na raiz disso, está a falta completa de estrutura em sua comunicação. De fato, não apenas líderes, mas também algumas pessoas acham que podem falar qualquer coisa, de qualquer modo, a qualquer um e a qualquer hora. Adolescentes fazem isso, com resultados desastrosos. Gerentes, também! 

A solução passa pelos administradores, que deveriam ter maior interesse pela leitura, para aumentar seu vocabulário, e também por cursos e coaching, para aprimorar sua comunicação verbal. Nos casos extremos, recomenda-se fonoaudiologia. Um ponto muito importante é estruturar sua comunicação e pedir o mesmo a seus subordinados.

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Um bom líder deixa claro qual é o seu propósito. Estabelece com clareza seus objetivos. Descreve todas as alternativas possíveis para alcançá-los, e também é claro a respeito de qual critério utiliza para escolher a melhor opção dentro de um contexto. Ou seja, o gerente deve ser capaz de comunicar-se bem, mas, ao fazê-lo, transferir seu modelo mental, isto é, explicar como pensa para resolver problemas e mover as ações para frente.

O segundo ponto fundamental para a comunicação é que, em cada reunião, quanto maior for a quantidade de participantes, mais rigorosa deve ser a estrutura para a fala. Ninguém alcança melhores resultados sem estrutura.

Alan Mulally, ex-CEO da Ford, ficou famoso por suas conquistas e pela produtividade de suas reuniões, conseguida a partir de uma rigorosa estrutura. Todas as terças-feiras pela manhã, havia a revisão do business plan. Mulally a iniciava dizendo: “Meu nome é Alan Mulally, e sou o CEO da Ford Motor Company.” Em seguida ele revisava o plano da companhia, o status, a previsão e as áreas que precisavam de atenção, usando um sistema de sinalização nas cores, verde, amarela e vermelha, para designar o que estava bom, necessitava de atenção, ou estava ruim, respectivamente.

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Ele exigia que seus 16 executivos usassem o mesmo esquema de cores e falassem na mesma sequência ao longo da reunião. Todos tinham a missão de oferecer ajuda aos demais, nada de julgamentos. Era proibido faltar, fazer piadas sobre os outros, e a reunião não podia ser interrompida. Também eram proibidos celulares, e nenhum subordinado poderia se apresentar no lugar do executivo.

Claro que alguns poucos se rebelaram com essa rigidez. Ele, pacientemente, esclarecia que não usar essa estrutura não tornava ninguém uma pessoa má. Apenas que ela não poderia mais fazer parte do time. 

Você pode criar um modelo que considere o mais apropriado para sua empresa ou departamento. O segredo está em fazer com que todos o sigam. Ninguém se aprimora continuamente sem estrutura.

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O importante é que o líder utilize da maneira mais produtiva possível o escasso tempo que possui para obter os resultados.

O bom administrador faz as pessoas compreender não apenas suas palavras, mas também seu pensamento. Portanto, os bons líderes pensam antes de falar!

Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.