O que escutam os líderes que construirão o futuro?

Um executivo de banco no interior de São Paulo comentava sua preocupação com as dificuldades financeiras de seus clientes. Um deles, um senhor de mais de 75 anos, havia falido. Sua empresa era uma fundição e, após 30 anos de existência, fechou as portas.

Silvio Celestino

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Um executivo de banco no interior de São Paulo comentava sua preocupação com as dificuldades financeiras de seus clientes. Um deles, um senhor de mais de 75 anos, havia falido. Sua empresa era uma fundição e, após 30 anos de existência, fechou as portas.

Imagino o longo tempo que deverá passar para outro empreendedor sentir-se seguro a abrir ou ampliar uma empresa do porte e da complexidade de uma fundição.

 Não são apenas os mercados onde companhias fecharam que precisarão de novos líderes. Também as empresas em forte contração nas vendas precisam de administradores capazes de gerir tempos muito difíceis. E aí vem um problema importante: qual a base de experiência e conhecimento eles possuem para esses dias tão difíceis?

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Em momentos como o atual, a mensagem que os líderes passam para suas equipes poderá motivá-las ou deprimi-las, dar energia ou exauri-las. Como esses gestores se formaram e, principalmente, que mensagem leem e ouvem são fatores determinantes de sua conduta.

Este é um momento de muita resiliência. Mais importante que ser otimista, é ter energia para assegurar que todos serão capazes de passar pelas dificuldades e sair delas aprimorados e em condições de continuar a vida.

Portanto, cuidado com as mensagens que dizem, de maneira genérica, o que fazer. E que podem não se aplicar à sua situação. É uma ousadia e um desrespeito ao contexto de cada empresa utilizar frases motivacionais e que caem bem no Facebook ou no Twitter, mas que não são parâmetros para uma administração séria.

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Se uma depressão econômica atingiu de maneira dramática a empresa, é preferível aceitar a necessidade de medidas duras a aguardar um evento mágico, advindo de um otimismo exagerado e fora de hora. Afinal, uma organização que diminui de tamanho pode vir a crescer no futuro. Mas aquela que vai à falência nunca mais vai recuperar a lucratividade e os empregos perdidos.

O bom líder terá maior credibilidade se mostrar com clareza sua visão de futuro e sua confiança no time. Acima de tudo, ao demonstrar que as duras medidas de hoje representam a segurança para a passagem por mares turbulentos, de maneira a sair deles vivo e em condições de prosseguir viagem.

Não se deve ver as contrações econômicas como fenômenos a ser evitados. Tudo na vida possui estações. Ninguém chegará à primavera se não passar pelo inverno. O bom agricultor estuda e domina as estações, e lucra com esse conhecimento.

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Assim, também os bons líderes ouvem bons líderes para aprender com a experiência deles. Também se nutrem de conhecimento sólido a respeito de como avaliar a economia e prever seus ciclos. Procuram compreender como eles afetam seu mercado e a empresa. E tomam decisões apropriadas para a companhia e para sua própria carreira no longo prazo.

Todos aprenderemos muito com este período difícil pelo qual o Brasil e os mercados passam. E são conhecimentos relevantes para desenvolver com maior solidez carreiras, empresas e o País.

Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.