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Em uma semana tão decisiva para o futuro do País, é importante refletir sobre o que desejamos para o Brasil, para nós mesmos e nossas carreiras profissionais.
Um grande problema que enfrentamos é que temos focado excessivamente o curto prazo e negligenciado o futuro em nossas reflexões e ações. Desse modo, pensamos a solução para o ano seguinte, ou para os próximos anos, mas não conversamos sobre o país que desejamos para 2050 e 2100. Quando esses anos chegarem, quão melhores estaremos em relação a hoje? Sem essa preocupação, evoluímos de maneira exasperantemente lenta, pois estamos sempre resolvendo problemas para os quais não nos preparamos e que requerem tempo, pessoas preparadas e estruturas imensas para ser solucionados.
A causa disso é que focamos excessivamente as pessoas e esquecemos das ideias. E são as ideias que devem ser mantidas ao longo do tempo, para que produzam os resultados desejados. Ideias, não ideologias. Conversar sobre pessoas, já diz o ditado, é para aqueles de menor capacidade intelectual. Os medianos conversarão sobre coisas. Somente indivíduos com capacidade de reflexão mais elevada terão foco em ideias. Infelizmente o debate eleitoral do momento teima em falar de pessoas em detrimento das ideias.
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A solução passa, necessariamente, por descobrir quais são as verdadeiras questões que temos de destinar para o País nas próximas décadas. São elas que definirão as alternativas dos investimentos, das empresas e, portanto, das possibilidades para sua carreira.
Destaco três pontos que considero relevantes:
Energia é tudo. Não conseguiremos resolver nenhum de nossos problemas sem ela. Os Estados Unidos estão investindo pesadamente em energia mais barata. Se o Brasil não tiver energia muito barata e abundante, será dificílimo atrair investimentos e ser competitivo no mercado internacional.
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Precisamos desenvolver três tipos de educação: acadêmica, profissionalizante e financeira. A primeira possibilita às pessoas ler e entender o que leem, escrever coisas com sentido e aprender a matemática útil para a vida. A segunda, para que possam ter uma profissão. E a terceira, para que os indivíduos possam escolher o que desejam ser no mundo econômico: empregados, autônomos, empreendedores ou investidores. Nossas escolas ensinam somente o estudante a ser empregado e ignoram o conhecimento necessário para as outras três possibilidades.
Redução da carga tributária e do tamanho do estado. O Brasil continua a ser o País com a pior carga tributária do mundo. Isso afugenta e impossibilita a atração de investimentos de longo prazo.
O que tenho visto é que muitos brasileiros não pensam em suas profissões no futuro. Acreditam que sua inteligência será suficiente para ter renda por toda a vida. Mas, para que sua carreira seja duradoura, o País precisa se desenvolver e atrair investimentos. Somente os demais países se interessam por nossa lentidão e baixíssima capacidade de resolver nossas mazelas. Afinal, é um competidor a menos na disputa por investimentos. Cada ato de corrupção, cada dia que o Congresso não aprova uma lei relevante para nosso crescimento, nações concorrentes têm motivos para celebrar. E, por vezes, chego a pensar se muitos de nossos políticos não são financiados por interesses estrangeiros, embora saiba que a incompetência e a corrupção são capazes de destruir qualquer país sem incentivos do exterior.
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Podemos e devemos nos interessar em escolher os melhores políticos possíveis e acompanhar de perto suas ideias, capacidade de reflexão e de ação. Não pensando apenas no ano seguinte, ou nos próximos quatro anos. Mas nas próximas décadas e no século.
Que a democracia nos acompanhe. Vamos em frente!