WhatsApp e a perda de emprego mais espetacular da história

"O Facebook me recusou. Era uma grande oportunidade de me conectar com algumas pessoas fantásticas. Estou ansioso pela próxima aventura da vida."Foi com essas palavras que, em 3 de agosto de 2009, Brian Acton reportou a seus seguidores no Twitter que havia sido recusado para uma vaga no Facebook. Ele se juntou a um amigo com quem trabalhara no Yahoo!, Jan Koum, e montaram o WhatsApp, um aplicativo de mensagens instantâneas via smartphones.

Silvio Celestino

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“O Facebook me recusou. Era uma grande oportunidade de me conectar com algumas pessoas fantásticas. Estou ansioso pela próxima aventura da vida.”

Foi com essas palavras que, em 3 de agosto de 2009, Brian Acton reportou a seus seguidores no Twitter que havia sido recusado para uma vaga no Facebook. Ele se juntou a um amigo com quem trabalhara no Yahoo!, Jan Koum, e montaram o WhatsApp, um aplicativo de mensagens instantâneas via smartphones.

No dia 19 de fevereiro, o Facebook adquiriu a empresa de Acton e Koum por US$ 19 bilhões.

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Qual teria sido a história dele, se não tivesse sido recusado pelo Facebook?

Essa é, com certeza, a perda de uma oportunidade de emprego mais espetacular da história.

O mais comum, principalmente no Brasil, é a pessoa se abater ao perder uma chance em uma empresa na qual desejava muito trabalhar. É angustiante esperar uma resposta para uma vaga, e não é fácil receber um “não”. Além disso, o passar do tempo faz as contas começar a sangrar as reservas financeiras. Isso, quando há reservas. É desesperador ficar sem renda. Mas é mais desesperador ficar sem ideias.

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Infelizmente, nossa cultura em geral e acadêmica, em particular, treina profissionais para pensar em ter renda somente com o emprego. Ela faz o indivíduo desenvolver um ponto cego em sua educação, que é ignorar a formação financeira para obter renda de investimentos como: empreendimentos, imóveis, investimentos financeiros e metais preciosos.

As pessoas devem pensar como investidores o quanto antes em suas vidas. O emprego é uma excelente estratégia de curto prazo, mas uma solução sofrível no longo prazo.

Se refletirmos sobre o WhatsApp, há um número impressionante: a empresa possui 55 empregados, e sua venda para o Facebook não gerou um único emprego a mais. E foi uma venda de US$ 19 bilhões. O que isso significa? Basicamente, que é possível construir empresas de muito valor com pouquíssimos empregados. Portanto, embora existam setores intensivos em mão de obra, como é o caso de call centers, alguns negócios serão gerados sem a necessidade de muitos funcionários.

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Em essência, isso não é ruim para quem participa dessas empresas. Em média, cada empregado do WhatsApp receberá, com a venda, US$ 55 milhões (aproximadamente R$ 132 milhões). Esse valor é maior que muitos prêmios acumulados da Mega-Sena.

Os empregos que pagam mais estarão nas companhias que precisam de pessoas com formação de alto nível em tecnologia, que aceitem apostar na empresa e tenham uma visão empreendedora. Funcionários excessivamente focados em seus direitos e benefícios, provavelmente, não serão capazes de navegar nessa onda, ainda mais no Brasil. Afinal, excesso de proteção gera limitações às pessoas. E nossa legislação trabalhista protege excessivamente o empregado.

É uma pena. O mundo precisa de novos empreendedores, com ideias e ações capazes de resolver os grandes problemas que afetam todos. Na verdade, as próprias empresas pedem a seus funcionários que pensem como donos da companhia. Um ótimo exercício a fazer, enquanto se está empregado. Esse treino será valiosíssimo para quando a pessoa resolver, finalmente, ter seu próprio negócio.

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Que seja uma aventura da vida e um negócio tão bem-sucedido quanto o WhatsApp.

Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.