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SÃO PAULO – Superando as expectativas mais otimistas sobre seu resultado, a Restoque (LLIS3) – dona das marcas Le Lis Blanc, Bo.Bô, John John, Rosa Chá e Dudalina – empolga o mercado com o que a própria empresa chamou de “melhor segundo trimestre de sua história”. E um dos grandes destaques deste forte desempenho veio da redução da operação da companhia cortando custos.
Em teleconferência para analistas e investidores, o presidente da companhia, Livinston Martins Bauermeister, afirmou que o ótimo resultado se deu pela melhora na disciplina de despesas, e a ganhos de produtividade nas lojas em operação. A expectativa este ano era de fechar 20 lojas e reduzir o quadro de funcionários em cerca de 100 pessoas, mas só no primeiro semestre já foram fechadas 26 unidades e houve uma redução de 277 pessoas no quadro, equivalente a 35% na folha de pagamentos.
E o grande desempenho empolgou também os analistas. Em relatório assinado por Fabio Monteiro e Luiz Guanais, a equipe do BTG Pactual revisou suas projeções, incorporando uma expectativa mais positiva em vendas e nas margens. A instituição manteve sua recomendação de compra para as ações, e ainda elevou o preço-alvo para os papéis de R$ 47 para R$ 49 – o que representa uma alta de 22% ante os preços desta terça.
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Neste pregão, os papéis da companhia chegaram a disparar 17,24%, a R$ 43,38 na máxima do dia durante a manhã, perdendo um pouco de força durante a tarde, mas ainda fechando com fortes ganhos de 8,11%, para R$ 40,00.
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“A companhia faz uma análise constante do desempenho de todas as lojas e, se verificar que outras unidades continuam com um desempenho abaixo do patamar considerado ideal, pode fechar algumas unidades”, afirmou Bauermeister. O executivo reforçou que o fechamento de lojas que tinham um custo alto e baixa produtividade foi positivo para a companhia, que teve um ganho de produtividade de 20,7% no segundo trimestre.
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Com a saída das lojas de fraco desempenho, a Restoque conseguiu entregar uma alta de 20,5% em sua receita líquida, que atingiu R$ 341 milhões, puxada principalmente pelo salto de 21% nas vendas mesmas lojas (unidades abertas a mais de 12 meses), pelo crescimento de 192% em e-commerce e 64% de alta nas vendas em outlet.
A empresa fechou o período entre abril e junho com lucro líquido de R$ 8,2 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 12,8 milhões de um ano antes. Segundo a Restoque, a recuperação foi guiada, principalmente, pela melhora no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), que registrou o maior valor de sua história, a R$ 90,1 milhões, uma alta de 45,2%.
O bom desempenho não é um luxo apenas da Restoque. No primeiro trimestre o setor de varejo como um todo já começou a dar um sinal de recuperação, e na atual temporada de balanços a tendência parece se manter, com empresas como Hering e a Lojas Marisa subindo diante dos números do período.
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O BTG destacou ainda o fluxo de caixa operacional da Restoque, que atingiu R$ 66,5 milhões no segundo trimestre, um aumento de 19% sobre o mesmo período de 2016. Além disso, destaque para a relação dívida líquida/Ebitda, que caiu de 3,8 vezes para 2,5 vezes em um ano.
“Embora o endividamento ainda pareça alto, o perfil da dívida é melhor, e a empresa mencionou que está apontando posições de endividamento abaixo de 2x e 1,5x no fim deste ano e de 2018, respectivamente”, concluíram os analistas. A companhia entendeu onde cortar para conseguir melhorar, a questão é se irá manter o bom desempenho daqui para frente e de onde virá as próximas evoluções.
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