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A Reforma da Previdência, realizada em 2019, e a concessão de autonomia ao Banco Central (BC), promulgada neste ano, são exemplos de avanços do Brasil na pauta de reformas. Contudo, ainda há muito a ser feito para que o País se torne uma economia competitiva. Não à toa, os investidores seguem à espera de projetos que facilitem os negócios no mercado nacional, afirma Cristina Cortes, CEO da Canning House, think tank britânico que desenvolve interlocuções entre o Reino Unido, a América Latina e a Península Ibérica.
Em entrevista ao UM BRASIL, realizada em parceria com a Revista Problemas Brasileiros, ambos realizações da FecomercioSP, como parte da série Brasil Visto de Fora, Cristina afirma que os “investidores ainda estão esperando as reformas que o Brasil tem prometido há tanto tempo”.
“Muito ainda precisa ser feito para que o Brasil tenha uma economia competitiva e estável para investidores estrangeiros: reformas tributárias, liberalização das leis trabalhistas, simplificação da burocracia e mais privatizações”, afirma a economista política, formada pela Universidade de Oxford e pela London School of Economics.
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“A nossa dúvida é: quais as chances de isso acontecer, já que as campanhas eleitorais para 2022 já começaram?”, questiona.
Cristina destaca que, se o Brasil não prosseguir com as reformas, dificilmente alcançará as nações mais desenvolvidas.
“O que as pessoas buscam para investir é diversificação [de mercado] e, a esta altura, produtividade. E sem o avanço desta eficiência, é pouco provável que o Brasil alcance taxas de crescimento capazes de acompanhar o resto do mundo desenvolvido”, pontua.
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De acordo com a CEO da Canning House, a burocracia ainda é um dos principais entraves para se investir no País.
“Algumas empresas com as quais falamos que tentam investir no Brasil, que não conhecem a região… Para ser franca, às vezes as aconselhamos dizendo: ‘Isso é muito complicado. Por que não começa com um país menor? E quando der o pontapé inicial, talvez possa pensar em investir no Brasil?’”, conta Cristina. “O Brasil não é fácil para peixes pequenos”, acrescenta.
A economista teme que políticas desburocratizantes sejam deixadas de lado nas próximas eleições brasileiras.
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“O que percebemos é que é preciso ter um movimento de avanço que desobstrua os negócios para, depois, impulsionar a economia”, pontua. “O que não vejo é o incentivo vindo de nenhuma direção no momento, que resultaria em um programa forte o bastante para fazer as coisas progredirem”, lastima.