Novo governo precisa ser ágil e “abraçar” agenda de reformas

Diretor-executivo do Eurasia para as Américas, Christopher Garman, afirma que é preciso colocar rapidamente em votação medidas impopulares como a Reforma da Previdência

Um Brasil

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O atual governo precisa ser ágil para colocar em votação medidas impopulares (como a Reforma da Previdência) e seguir com uma agenda de reformas capaz de frear a crise fiscal e afetar positivamente o humor dos investidores. Essa é a opinião do diretor-executivo das Américas do Eurasia Group, Christopher Garman. “Não será uma grande reforma que vai equilibrar as contas públicas”, destaca.

Em entrevista ao UM BRASIL, em parceria com o InfoMoney, o cientista político diz que acredita na aprovação de uma reforma por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) mais simples e menos ambiciosa do que a apresentada até então. “Uma reforma enxuta vai ser bem recebida pelo mercado. É mais fácil defender a aprovação de uma reforma menor e, depois, tentar aprovar outras medidas que possam dar mais corpo a previdência”, explica.

Garman afirma aos jornalistas Thais Herédia e Marcos Mortari que alterar as regras de idade mínima e da idade de transição já seriam suficientes para impactar positivamente o mercado financeiro. “Caso contrário, a aprovação só ocorre depois do meio do ano que vem, e ainda corre o risco de não obter sucesso”, alerta.

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As redes sociais, usadas constantemente durante as campanhas eleitorais de 2018, podem ter um papel importante na propagação de novas medidas e, inclusive, serem utilizadas a favor da aprovação da reforma da Previdência.

“Esse governo vai utilizar as redes de maneira agressiva como utilizou durante a campanha. Donald Trump [presidente dos Estados Unidos] é um exemplo disso. Ele continuou a utilizar [os canais] quando assumiu a presidência. É natural que os governos comecem a se utilizar desses meios para comunicar – de maneira eficaz e simples – a agenda das reformas”, defende Garman.

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O diretor-executivo do Eurasia Group para as Américas vê com preocupação os desafios de articulação que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) terá com o Congresso e as condições de governabilidade durante seu mandato. A falta de negociação de cargos com partidos políticos e o atual sistema político fragmentado podem ser empecilhos ao seu governo.

Em relação à postura diplomática de Bolsonaro, o cientista político diz ser necessário ter atenção ao relacionamento com a China. Isso porque a proximidade com o governo americano pode, por um lado, resultar em um acordo bilateral de comércio com o Brasil, mas, por outro, provocar retaliações dos chineses. “Vamos ter um governo com a política externa voltada aos EUA, mas a questão é como fazer isso sem se indispor com a China, que é o maior parceiro comercial do Brasil.”

Confira a entrevista completa:

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