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A empresa de transporte por aplicativo 99 demitiu cerca de 100 pessoas na última semana, afirmaram ex-funcionários ao jornal O Estado de S. Paulo. Em nota, a startup controlada pela chinesa Didi Chuxing confirmou os cortes, mas não divulgou o número de profissionais afetados, e disse que a área de relacionamento com o cliente foi a única impactada pelos cortes.
Ex-funcionários afirmaram ao Estadão que a companhia ofereceu um terço do salário como rescisão de contrato e plano de saúde até o final do mês — um pacote bem mais modesto do que o ofertado por outras startups que demitiram funcionários neste ano.
Ex-funcionários também relataram que grande parte da equipe de “CX” (a área de experiência do cliente) foi demitida, e alguns dos demitidos ouvidos pela reportagem afirmaram que a 99 planeja terceirizar o atendimento ao cliente. Questionada pela reportagem, a empresa diz que “trabalha com empresas parceiras nessa área desde 2017”.
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A companhia afirmou ainda que passa por mudanças na estrutura para atender melhor a operação. “Para atender às necessidades dos nossos usuários, tivemos de tomar algumas decisões difíceis sobre o modelo operacional e a estrutura do nosso departamento de relacionamento com o cliente”.
Segundo o Estadão, o departamento de relacionamento serve como um “guarda-chuva” para diferentes áreas da empresa, como segurança, delivery e mídias sociais. Além do serviço de transportes, a 99 opera um delivery de comida, mas a empresa disse que não houve demissões na 99Food.
Ano difícil
Os cortes são mais um capítulo no difícil ano da Didi Chuxing, empresa chinesa que controla a 99. A companhia tem enfrentado dificuldades de crescimento, após problemas regulatórios com o governo chinês.
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Em julho, autoridades do país declararam uma possível multa no valor de US$ 1 bilhão depois de uma investigação em suas práticas de cibersegurança. Antes disso, a empresa foi removida das lojas de aplicativos no gigante asiático.
Em fevereiro, a Forbes reportou que a Didi planejava cortar 20% de seus funcionários ainda naquele mês e disse que isso equivalia a 3 mil pessoas apenas na China. O Estadão diz, no entanto, que não é possível saber se os cortes da semana passada no Brasil são parte de um plano global da Didi.
Desde abril, startups brasileiras e estrangeiras com operações no país vêm experimentando um cenário adverso e demitido funcionários, como parte da nova realidade global de juros mais altos (e por mais tempo) e menos dinheiro para startups e empresas de crescimento.
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