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SÃO PAULO – Aprovada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na semana passada, a medida que permitirá a bancos e lojas varejistas oferecer serviços de telefonia móvel pode beneficiar o consumidor brasileiro, com a oferta de serviços ainda não oferecidos pelas operadoras “reais”. Pela norma, tais empresas podem atuar como credenciadas, se unindo às operadoras que já atuam, ou como autorizadas, oferecendo os serviços diretamente ao usuário final, utilizando-se das redes das prestadoras tradicionais.
O presidente para a América Latina da Onda Mobile Communication, Vicenzo Di Giorgio, explica que uma das maiores vantagens ao consumidor, com o surgimento de operadoras “virtuais” – como o segmento é conhecido no exterior, é o aumento da concorrência na oferta de serviços de telecom. “Um concorrente a mais balança o mercado. O novo operador vai estudar quais são os ‘buracos’ na oferta, se há alguma demanda reprimida, para oferecer seus serviços”, declarou o especialista em telecomunicações.
Uma segunda vantagem, segundo Di Giorgio, é a possibilidade de estratégias de cross marketing ou cross sailing. Por exemplo, um extrato da conta bancária que hoje é enviado impresso à casa do cliente pode começar a ser enviado pelo celular.
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A convergência também é um aspecto positivo para os usuários de celular. “O banco sabe que está chegando meu salário. Nada melhor que mandar um torpedo avisando “seu salário chegou”. Imagina qual seria o cliente que não gostaria de receber um torpedo assim? Todo mundo”, comentou.
Exemplo italiano
Ele cita o exemplo da Itália, onde a TIM realizou uma parceria com o Correio do país. “Tem duas vantagens: uma tarifa mais agressiva, por causa da base de clientes do Correio. Além disso, o usuário pode receber uma mensagem no celular avisando que, por exemplo, seu salário foi depositado na sua conta ou há uma conta a pagar” (o Correio da Itália possui, além de serviços postais, também serviços bancários).
A conta do celular pós-pago sendo paga no banco também entraria como convergência, ou mesmo um torpedo autorizando o carregamento de créditos no aparelho pré-pago, com o débito sendo realizado diretamente na conta-corrente do usuário. “São todos modelos que fazem sentido. Há, inclusive no Brasil, algumas parcerias entre operadoras e bancos. Mas o banco já tem todos dos dados do cliente, tudo dentro de casa, fica muito mais fácil”, declarou.
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Para Vicenzo, no entanto, embora positivas, as mudanças não serão sentidas tão rápido. “A medida foi publicada pela Anatel, mas, até se tornar um processo de verdade, as instituições estudarem o mercado e oferecerem os serviços ao usuário final, pode demorar vários meses”, finalizou Vicenzo.
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