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SÃO PAULO – A CEO do Yahoo!, Marissa Mayer, poderia se deparar com que contornar o pagamento de impostos multibilionários a obrigue a escolher entre contentar acionistas impacientes e dirigir uma empresa maior.
O Yahoo! e seus assessores passaram mais de um ano pensando uma opção viável para liquidar uma participação na Alibaba Group cotada em cerca de US$ 44 bilhões – e evitar ou minimizar uma potencial conta fiscal de US$ 15 bilhões.
Uma abordagem defendida por alguns investidores é separar as ações da Alibaba em uma companhia independente em uma transação livre de impostos. Neste caso, o valor irá para os investidores no Yahoo!. A desvantagem para Mayer: ela seria CEO de uma empresa cotada em cerca de um quarto dos US$ 49 bilhões do Yahoo!.
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“É o melhor resultado para os acionistas, mas não necessariamente para Marissa, caso sua intenção seja ser a CEO de uma empresa muito maior”, disse Eric Jackson, um investidor ativista cuja empresa, a Ironfire Capital, com sede em Toronto, possui ações no Yahoo!. “Provavelmente esse seja o maior interrogante”.
Mayer poderá falar sobre seu plano para vender a participação ainda nesta semana, após a finalização de uma restrição de 60 dias ligada ao cronograma da abertura de capital da Alibaba. Ela planeja fornecer uma atualização até a próxima conferência de informe de lucros, no começo do ano que vem. O Yahoo! poderia apresentar uma solução para evitar uma grande conta fiscal que analistas e investidores não estão antecipando.
O JPMorgan Chase e o Goldman Sachs Group foram contratados para ajudar o Yahoo! a encontrar uma forma impositivamente eficiente de vender sua participação na Alibaba, disseram fontes do setor. Assessores estão trabalhando com o Yahoo! no assunto há mais de um ano, disseram as fontes, que pediram o anonimato porque os detalhes são privados. O Yahoo! já quase se decidiu pela estrutura que perseguiria, disseram as fontes. Representantes do Goldman Sachs e do JPMorgan não quiseram comentar.
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A relação entre a Alibaba e o Yahoo! em 2005, quando a empresa americana adquiriu uma participação de 40% em troca por US$ 1 bilhão e a posse das operações do Yahoo! na China. Em 2012, o Yahoo! vendeu cerca de metade da participação à Alibaba, e na abertura desta em setembro, a empresa vendeu outros 140 milhões de ações.
Ainda que o Yahoo! tenha colhido US$ 9,4 bilhões após taxas com aquela transação, a companhia pagou cerca de US$ 3 bilhões em impostos, segundo documentos apresentados pela empresa. Normalmente, uma empresa americana pode esperar pagar impostos a uma taxa de 35% sobre os ganhos quando vende ações em outra empresa por dinheiro. Após a venda, Mayer se comprometeu a vender a participação restante de forma fiscalmente eficiente.
No fim de setembro, o fundador da Starboard Value, Jeffrey C. Smith, publicou uma carta aberta a Mayer, onde disse que o Yahoo! deveria separar seus grandes investimentos na Ásia – a Alibaba e o Yahoo Japan – do seu negócio da internet. Após a separação, o núcleo do Yahoo! deveria explorar uma combinação livre de impostos com a AOL, disse Smith. Ele disse que o mercado está subestimando o negócio principal.
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Outra alternativa livre de impostos, conhecida como cash-rich splitoff (trocar as ações por outras de uma subsidiária com grandes recursos financeiros livres de impostos), deixaria Mayer na chefia de uma empresa maior. Esta transação exigiria que a Alibaba ou outra empresa afiliada fornecesse caixa e uma empresa ativa a uma nova unidade, que seria dada ao Yahoo em troca pelas suas ações na Alibaba.
Contudo, esta opção exigiria a participação da Alibaba ou de outra empresa. No caso daquela, poderia ser difícil já que seu foco não é a venda do Yahoo!, disseram fontes do setor.
“A Alibaba poderia temer que o assunto se transformasse em um problema político e eles fossem chamados a Washington para responder por que uma grande empresa asiática está ajudando o Yahoo! a sonegar impostos”, disse Jackson da Ironfire.
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