Google quer organizar o céu antes que ele fique cheio de drones

Primeiro eles colocaram ordem na internet, agora querem fazer o mesmo nas nuvens (literalmente)

Bloomberg

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(SÃO PAULO) – Google Inc., a empresa que colocou ordem na internet, visa fazer o mesmo para as massas de drones comerciais que, segundo se projeta, um dia entupirão os céus.

A pioneira dos motores de busca se unirá a algumas das maiores empresas de tecnologia, comunicações e aviação – como Amazon.com Inc., Verizon Communications Inc. e Harris Corp. – na tentativa de criar um sistema de controle do trânsito aéreo que evite colisões no ar.

Mas não espere uma grande rede de torres de controle operadas federalmente. O governo não disse quem vai administrar o sistema nem como ele vai operar, e está pedindo ideias.

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“Neste cenário, a questão do espaço aéreo não é um ponto que deve ser encarregado a uma única entidade ou organização”, disse Dave Vos, diretor do sigiloso Project Wing, da Google, à Bloomberg News nos seus comentários mais reveladores já feitos sobre a visão da companhia. “A ideia não é que ‘a Google vai criar uma solução e todos os outros terão que adotá-la’. Na verdade, a ideia é que qualquer um deve sentir-se livre para inventar uma solução”.

Pelo menos 14 empresas, entre elas Google, Amazon, Verizon e Harris, assinaram acordos com a NASA para ajudar a criar o primeiro sistema de trânsito aéreo para coordenar drones pequenos de baixa altitude de voo, chamados pela agência de Unmanned Aerial System Traffic Management (gestão de trânsito de sistemas aéreos não tripulados). Mais de cem outras empresas e universidades também manifestaram interesse pelo projeto, que será necessário antes que os drones comerciais possam cobrir grandes distâncias para entregar bens, inspecionar redes elétricas e mapear cultivos.

Conferências

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Muitas delas vão comparecer a uma conferência patrocinada pela NASA na semana que vem sobre como o sistema deveria funcionar. A meta é acabar criando um balé robótico totalmente automatizado no céu, com computadores que instruam drones a driblar obstáculos e outros drones.

A Google convidou concorrentes e agências do governo para sua própria conferência em junho, a fim de apresentar sua visão sobre o controle do trânsito aéreo. A base de qualquer sistema tem que ser a certeza de que todos os participantes vão se identificar e informar sua localização de forma confiável, disse Vos. O espaço aéreo deve estar aberto a qualquer drone disposto a seguir as normas.

Redes de computadores em terra e no ar estabelecerão rotas para evitar colisões no ar. Os humanos continuarão no comando, mas, ao contrário do atual sistema de trânsito aéreo, os controladores vão depender dos computadores para tomar as decisões imediatas e necessárias para que o fluxo do trânsito de drones funcione de forma ininterrupta e segura, disse ele.

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Interesse

Depois que divulgou-se no ano passado que a NASA queria ajuda com seu sistema de controle de drones pequenos, 126 companhias manifestaram interesse, disse Parimal Kopardekar da NASA, gerente do projeto.

Kopardekar imagina um sistema em camadas de controles cada vez mais estritos à medida que o trânsito de drones aumentar. Se o piloto de um drone quiser sobrevoar uma fazenda remota, bastaria enviar um aviso a um sistema informático centralizado. À medida que o número de voos não tripulados aumentar, o sistema computadorizado com base na nuvem terá que acompanhar os drones para garantir que eles não se choquem, assim como o radar acompanha atualmente os aviões tradicionais, disse ele.

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Ele também está pensando em sistemas de detecção de drones a fim de garantir que os aviões não tripulados stealth (como aquele que caiu no gramado da Casa Branca no dia 26 de janeiro) possam ser acompanhados. Kopardekar pressente a transferência do design para a Administração Federal de Aviação dos EUA.

Ainda não se sabe como é que tudo isso acontecerá, quanto mais quem pagará para operar o sistema. Isso deixou uma ampla margem para que os agentes disputem, segundo Gary Church, presidente da Aviation Management Associates Inc., que trabalha na consultoria de projetos ligados a drones há uma década.

“É uma espécie de grande enunciado do problema, mas acreditamos que ele seja bastante tratável”, disse Vos, em relação ao desafio. Desde que “nos obriguemos a pensar de maneira colaborativa, temos certeza de que as respostas vão aparecer com muita clareza”.

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Reportagem de Alan Levin

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