Greve de motoristas de Uber e 99 provoca cancelamentos e elevação nos preços das corridas

Profissionais protestam contra a defasagem dos repasses do valor da corrida pelas empresas

Equipe InfoMoney

Logo do aplicativo da Uber em celular (Shutterstock)
Logo do aplicativo da Uber em celular (Shutterstock)

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A greve parcial dos motoristas de aplicativos, que é realizada nesta segunda-feira (15), causa transtornos aos passageiros, que enfrentam a escassez de veículos disponíveis, os atrasos nos deslocamentos, os cancelamentos das corridas e, por consequência de tudo isso, o aumento das tarifas.

O movimento, de caráter nacional, protesta contra a defasagem dos repasses do valor da corrida pelas empresas. Profissionais dos maiores aplicativos, como Uber e 99, aderiram à greve desde as primeiras horas desta segunda.

A paralisação conta com o apoio da Federação dos Motoristas de Aplicativos do Brasil (Fembrapp) e da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp). A expectativa é de que a greve tenha adesão de ao menos 70% dos profissionais em todo o país, que conta com mais de 2 milhões de trabalhadores ativos na área.

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Pelas redes sociais, os usuários têm reclamado dos problemas ocasionados pela greve. “Está acontecendo uma greve da Uber hoje e eu não sabia. Por isso, está tudo caro e cheio de cancelamentos”, afirmou uma usuária de Gravataí, cidade no interior do Rio Grande do Sul.

Outro cliente conta que tentou pedir um carro pela plataforma da 99. “Só agora entendi porque estava custando R$ 86 uma corrida de 3 km. Uber está em greve e 99 aproveitou para aplicar preços abusivos”, afirmou.

“Uber em greve em São Paulo e meu voo cancelado. Cheguei no trabalho e estava acontecendo uma simulação de incêndio…..Boa semana para quem?”, lamentou outra usuária de SP.

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Em Salvador, um usuário contou que um trecho que costuma custar R$ 19 apareceu hoje por R$ 60, mas ele não conseguiu se deslocar porque o motorista cancelou a corrida.

Mesmo com o preço nas alturas, alguns consumidores também compartilharam pelas redes sociais que  estão conseguindo usar os aplicativos, mas enfrentando um tempo maior até a chegada dos motoristas para o início das corridas.

Explicação sobre o preço elevado

A Amasp (Associação de Motoristas de Aplicativos de São Paulo) afirmou, por meio de uma publicação nas redes sociais, que o valor da tarifa dinâmica estava “altíssimo” por volta das 7h30 desta segunda devido à “muita demanda e pouco carro para atender”. Apesar disso, a entidade não deu nenhuma estimativa de quantos motoristas aderiram ao movimento até o momento.

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Eduardo Lima, presidente da Amasp, afirmou que “está inviável trabalhar com aplicativos”, já que são muitas horas de trabalho para obter um lucro que não é justo. “Sabemos que os passageiros já pagam um valor maior do que é repassado e, com isso, as empresas chegam a ficar com quase 60% do valor total da corrida dificultando a vida dos motoristas que ficam com uma parte pequena do lucro no final do dia”, diz Lima.

Ele admitiu que há muitos motoristas trabalhando, mas que unindo todos os relatos durante o dia a paralisação está surtindo efeito.

Até o momento, as empresas de transporte por aplicativo não se manifestaram sobre as demandas dos motoristas.

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O InfoMoney entrou em contato com Uber e 99.

A 99 afirmou, por meio da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que “respeita o direito de manifestação” e que “mantêm abertos seus canais de comunicação com os motoristas parceiros, reafirmando a disposição para o diálogo contínuo, de forma a aprimorar a experiência de todos nas plataformas”. 

A Uber não retornou à solicitação até esta publicação.

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*Com Estadão Conteúdo.

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