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Passados mais de dois anos desde o início da pandemia de Covid-19, o consumidor segue dando sinais de que se sente preparado para voltar a viajar sem restrições: a movimentação total do ano de 2022, tanto em passageiros de voos domésticos quanto internacionais, é a maior registrada desde 2020, segundo dados do Relatório de Demanda e Ofertada da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), divulgado nesta semana.
No mercado doméstico, foram 82,2 milhões de passageiros movimentados no ano passado, uma alta de 31,4% em relação a 2021 e 81,8% em relação a 2020. O apetite dos consumidores por voos nacionais foi ligeiramente mais rápido com viagens menores.
Já nos voos internacionais, foram registrados 15,6 milhões de passageiros — um salto de 226% em relação aos números de 2021 e de 131% em relação a 2020.
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Para o consultor André Castellini, sócio da Bain & Company e especialista no setor aéreo, a demanda internacional no mesmo patamar de 2019 só voltará a ser registrada no final de 2024. Isso, porém, ainda dependerá do comportamento do dólar e da economia nos próximos dois anos, diz.
Já na comparação pré-pandemia, a movimentação do ano passado ainda fica abaixo da média e corresponde a 86,5% dos números registrados no ano de 2019 nos voos nacionais, e 64,7% nos internacionais.
Números de dezembro
Considerando somente dezembro de 2022, foram registrados 7,69 milhões de passageiros no mercado doméstico, redução de 0,9% em comparação aos 7,76 milhões em dezembro de 2021, conforme dados do relatório da Anac. Já nos voos internacionais, foram registrados 1,62 milhões de passageiros pagos — aumento de 62% na comparação com o mesmo mês de 2021, que computou 1 milhão.
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Retomada?
Associação Internacional de Transportes Aéreos (Iata, na sigla em inglês) diz que as companhias aéreas devem voltar a lucrar globalmente em 2023. A estimativa é de que as empresas somarão lucros de US$ 4,7 bilhões. Trata-se do primeiro resultado positivo desde 2019, nível pré-Covid, quando o setor registrou lucro líquido de US$ 26,4 bilhões.
No entanto, as empresas da América Latina devem liderar os prejuízos, com perdas somadas de US$ 800 milhões, seguidas de Ásia-Pacífico (US$ 300 milhões) e África (US$ 200 milhões).
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O diretor-geral da Iata, Willie Walsh, explicou que o problema continua sendo a liquidez, devido à queima de caixa durante a pandemia. Mas há uma expectativa de que 2023 será um ano de consolidação da retomada.
Do outro lado, as empresas da região da América do Norte devem puxar os lucros, com US$ 11,4 bilhões, seguidas da Europa (US$ 600 milhões) e do Oriente Médio (US$ 300 milhões).
A Iata estima também que a demanda medida em passageiro-quilômetro pago (RPK, no jargão do setor) em 2023 deverá ter queda de 14,5% sobre 2019.
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