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SÃO PAULO – Mais de uma década após a fracassada fusão da AOL com a Time Warner, os acionistas da Verizon Communications começam a gostar da ideia de a operadora de telefonia celular unir-se à empresa que popularizou a frase “chegou mensagem pra você”.
A Verizon subiu mais de 1% ontem depois que pessoas familiarizadas com o assunto disseram que a operadora de telefonia celular avaliada em US$ 195 bilhões estava estudando uma aquisição ou joint venture com a AOL para ajudar a expandir seus produtos de vídeos on-line. A empresa foi uma das únicas ganhadoras entre as ações de telecomunicações do Standard Poor’s 500 Index, índice que caiu 0,9%. A AOL subiu 3,4%.
A AOL oferece ferramentas de publicidade que combinam compradores de mídia com quem os publica por meio de um algoritmo digital. A Verizon pode unir essa tecnologia com um conteúdo para dispositivos móveis, dando à empresa uma nova fonte de receita e uma forma de se diferenciar de suas concorrentes. Embora o CEO da Verizon, Lowell McAdam, tenha dito que está mais interessado em parcerias, a operadora com sede em Nova York poderia facilmente absorver um preço potencial de US$ 4 bilhões pela AOL se decidisse que as ferramentas de compra de publicidade são suficientemente valiosas, segundo a Cowen Group. Isso representaria um prêmio de 15% em relação ao valor de mercado da AOL registrado na segunda-feira.
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“Cada ação precisa ter um catalisador em termos do que, fundamentalmente, acontecerá na sequência, para te deixar animado a ter essa ação. Para a Verizon e os investidores da Verizon, isso é o que importa”, disse Colby Synesael, analista da Cowen em Nova York, em entrevista por telefone. A Verizon precisa “se colocar em uma posição em que apresentem uma solução diferenciada”, e somar uma tecnologia para publicidade ajudaria nisso.
Acordo fracassado
A AOL fechou um acordo de fusão com a Time Warner 15 anos atrás naquele que ainda é um dos maiores negócios já feitos no mundo. Quando a transação foi anunciada, a empresa combinada foi avaliada em US$ 350 bilhões. Dois anos depois, o valor havia caído em cerca de dois terços.
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A fusão acabou em 2009 com uma separação e a AOL desde então mudou de foco, deixando o negócio de internet discada, que estava afundando, e indo em direção à área das tecnologias de anúncios digitais, mais promissora.
A AOL possui “propriedades no mundo de anúncios on-line e essas propriedades estão sendo procuradas”, disse Art Barry, gestor de fundos na Loomis Sayles, que tem sede em Boston, EUA, e gerencia cerca de US$ 224 bilhões, incluindo ações da AOL. “É o melhor que há à disposição” para satisfazer o interesse da Verizon em conteúdo e marketing móvel.
Negociações com a Verizon
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O CEO McAdam disse que a Verizon não está tendo conversas “significativas” a respeito de aquisições e que está mais interessada em associar-se a empresas de mídia do que em comprá-las. A Verizon está interessada principalmente na tecnologia de publicidade programática da AOL, disseram duas das fontes familiarizadas com o assunto, pedindo anonimato porque a informação é privada. A empresa também travou negociações com diversos pares da AOL a respeito de como reforçar seu conteúdo on-line, vídeos para dispositivos móveis e negócios de publicidade, disse uma fonte.
Entre os outros ativos da AOL estão sites de mídia, como Huffington Post e TechCrunch, e uma base de assinantes de internet restante. Andrew McNellis, da Evercore ISI, avalia a empresa em cerca de US$ 48 por ação, com base na soma de suas partes. O argumento para manter a tecnologia de publicidade unida aos produtos de mídia é que isso oferece uma audiência imediatamente envolvida, disse McNellis, em entrevista por telefone.
“Se o nome não fosse AOL, acredito que a empresa já teria sido adquirida. Existe uma conotação negativa nessas três letras” depois do negócio com a Time Warner, disse Barry. “Essa ação nos deu muita dor de cabeça em determinados momentos e ver um final claro após mantê-la por cinco anos, e um final lucrativo, nos traria muita satisfação”.
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