ONS deve concluir avaliação detalhada sobre o apagão até outubro

Enquanto segue nas análises, o ONS tem operado o sistema em condições 'mais conservadoras'

Estadão Conteúdo

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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve concluir até o fim de outubro a avaliação detalhada do apagão ocorrido na terça-feira (15), que deixou consumidores de 25 estados e do Distrito Federal sem luz.

Embora já tenha indicado que o ponto de partida foi uma atuação incorreta no sistema de proteção de uma linha de transmissão no Ceará operada pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, a instituição afirma que isso, de forma isolada, não seria suficiente para gerar tamanho impacto no sistema.

Enquanto segue nas análises, o ONS tem operado o sistema em condições “mais conservadoras”, disse a instituição. O objetivo é “garantir a segurança do atendimento conforme previsto nos Procedimentos de Rede”. Entre as medidas tomadas estão a redução no carregamento das linhas de transmissão e a postergação de manutenções programadas, explicou o ONS, em nota divulgada na noite de quinta-feira (17).

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O Relatório de Análise de Perturbação (RAP), a ser concluído em até 45 dias úteis, conforme previsto em normativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), deverá conter uma avaliação detalhada da ocorrência, da causa-raiz, sequência de eventos, desempenho das proteções, dentre outras informações. Também deve incluir recomendações e providências.

Na próxima sexta-feira (25) está agendada a primeira reunião com a participação do Ministério de Minas e Energia (MME), da Aneel e dos agentes de geração, transmissão e distribuição para avaliar as informações consolidadas enviadas pelos envolvidos na ocorrência, dando início à elaboração do documento. Uma segunda reunião está previamente marcada para 1º de setembro.

O ONS informou ter publicado também nesta quinta-feira um documento técnico e inicial com informações consolidadas, denominado Informe Preliminar de Interrupção de Energia no Sistema Interligado Nacional (IPIE), que servirá de base para o diagnóstico final.

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O documento reitera informações divulgadas na quarta-feira (16), quando o ONS apontou como ponto de partida do apagão a linha em 500 kV Quixadá-Fortaleza II, mas indicou que o desligamento dessa linha “refletiu desproporcionalmente em equipamentos adjacentes e ocasionou oscilações elétricas (tensão e frequência) no sistema das regiões Norte e Nordeste”.

Com isso, houve o acionamento de mecanismos automáticos de proteção sistêmicas, como as Proteções de Perda de Sincronismo (PPS) e o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC), visando a conter e minimizar a propagação da perturbação no Sistema Interligado Nacional (SIN).

O acionamento do PPS resultou na “abertura controlada” de linhas que compõem as interligações Norte-Nordeste, Nordeste-Sudeste e Norte-Sul, o que resultou na separação do SIN em três áreas elétricas distintas. O termo “abertura” é utilizado quando uma linha de transmissão sai de operação. Já o ERAC determina cortes controlados de carga, que foram realizados em parte dos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

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Toda a sucessão de fatos levou à interrupção de cerca de 19 mil megawatts (MW) de cargas do SIN, ou 27% dos 73 mil MW que estavam sendo atendidos por volta das 8h30, quando a ocorrência começou.

Na análise inicial, o ONS reiterou que o sistema atuou conforme esperado, evitando um evento ainda maior.

Segundo o ONS, a recomposição das cargas foi iniciada em todas as regiões nos primeiros minutos após a ocorrência. A primeira região a ser normalizada foi a Sul, pouco depois das 9h. Meia hora depois, as cargas das regiões Sudeste/Centro-Oeste foram restabelecidas. Por volta das 13h30 todo o sistema de operação sob coordenação do ONS estava restaurado, e às 14h49 todas as cargas interrompidas estavam normalizadas pelas distribuidoras.

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